Fernando Santos, o primeiro lugar e o dia extra: “Isso é o mais importante”

Seleccionador nacional salienta a importância de vencer a Coreia e garantir o primeiro lugar do grupo, não para fugir ao Brasil nos “oitavos”, mas para ter mais 24 horas de descanso.

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Fernando Santos, seleccionador de Portugal Reuters/PEDRO NUNES

O emparelhamento dos oitavos-de-final do Mundial colocava a selecção portuguesa em rota de colisão com o Brasil, mas essa possibilidade parece cada vez mais remota, visto que ambos estão bem lançados para vencer os respectivos grupos. Ainda assim, é uma possibilidade, mas essa não é a principal razão que Fernando Santos apresenta para levar a sério o jogo com a Coreia do Sul nesta sexta-feira. Uma vitória (ou um empate) garante o primeiro lugar no grupo e um dia extra para Portugal preparar o seu jogo nos “oitavos”, seja qual for o adversário.

“Esse é o factor mais importante, mais um dia de descanso. Percebo a questão, de fugir do Brasil, mas quando se chega a uma prova destas, não se pode ficar por aí. Essa questão é muito importante, a das 24 horas, tenho um caso de um jogador que já possa estar apto, se tivermos mais esse dia”, analisou o seleccionador nacional.

Mas Fernando Santos admite alguma gestão de recursos para o confronto com a selecção asiática no que diz respeito às componentes física e disciplinar: “Da nossa parte, vamos continuar a evoluir. Tenho confiança nos jogadores todos. Não terei três para amanhã [Nuno Mendes, Danilo e Otávio]. Os jogadores apareceram em grande forma, mas vai começar a doer, jogar de quatro em quatro dias. Temos alguns com alguma fadiga, temos os amarelos e vamos fazer essa avaliação. Quem entrar, tem a confiança plena.”

Cristiano Ronaldo será atingido por essa gestão? “Vamos ver, se estiver em condições, nem sei se é 50/50”, limitou-se a dizer Fernando Santos, que não perde o sono com a “epidemia” de lesões na selecção: “Estou tranquilo, não fico pessimista, não vou deixar de dormir. Fico triste por eles, mas vamos compensar a impossibilidade de estarem presentes. Acredito que temos uma das melhores selecções, acho que é verdade. É prová-lo dentro do campo.”

Portugal terá pela frente uma selecção orientada pelo seu ex-seleccionador, Paulo Bento, que não estará no banco devido a castigo. Fernando Santos diz que o jogo é mesmo para levar a sério e que os resultados nos dois primeiros jogos dos coreanos – empate com o Uruguai, derrota com o Gana – são enganadores: “Sabemos da dificuldade do jogo, com um adversário de muita qualidade que fez dois jogos tremendos, organizada e com princípios de jogo muito claros. Tem muito a ver com o Paulo Bento, muito objectiva em termos ofensivos, usando ataque rápido, nunca dão um ataque por perdido, defensivamente muito bem organizada.”

E a obrigatoriedade da Coreia de arriscar para ganhar o jogo, muda em alguma coisa a estratégia portuguesa? “O que planeámos para o Mundial é construir uma equipa com uma forma de jogar. Não vamos ser uma equipa de contra-ataque, em nenhuma circunstância o faria, nem contra um adversário muito perigoso. A equipa tem de ter bola, retirar a Coreia do jogo. Se não, metemo-nos numa situação difícil”, frisou.

Ainda perguntaram a Fernando Santos sobre a autoria do primeiro golo português frente ao Uruguai, se foi Ronaldo ou Bruno Fernandes, e se teria falado a alguém da FIFA. “Não conheço ninguém na FIFA, não pedi nada a ninguém. Se o golo fosse do André Silva [que não jogou], ficaria satisfeito na mesma”, respondeu.

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