Mathew Leckie, o novo herói do futebol australiano

Com um golo do avançado do Melbourne City, a Austrália derrotou a Dinamarca e garantiu o apuramento para os oitavos-de-final do Mundial 2022.

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Mathew Leckie fez o golo que garantiu o apuramento da Austrália Reuters/JOHN SIBLEY

Não é inédito, mas volta a ser um feito histórico para o futebol australiano. Pela segunda vez – a primeira foi em 2006 -, a Austrália conseguiu apurar-se para os oitavos-de-final de um Mundial. O herói da qualificação dos “socceroos” foi Mathew Leckie. O avançado do Melbourne City, que jogou durante uma década sem grande sucesso na Alemanha, fez o golo que garantiu o triunfo, por 1-0, da Austrália contra a Dinamarca, resultado que garante à selecção da Oceânia o segundo lugar no Grupo D.

Com os olhos no estádio Al Janoub, mas os ouvidos em Al Rayyan, onde a Tunísia defrontava à mesma hora a já apurada França, Austrália e Dinamarca iniciaram a última partida no grupo com doses de responsabilidade diferentes. E isso reflectiu-se no relvado.

Após uma exibição medíocre - empate com a Tunísia - e uma prestação meritória, mas insuficiente para pontuar – derrota com a França -, a Dinamarca chegou ao duelo com os australianos com o peso de ter de vencer. Para o conseguir, Kasper Hjulmand abdicou dos três centrais e, no ataque, Cornelius voltou a ceder a titularidade a Braithwaite.

Porém, por muito mexessem, os nórdicos continuavam a ter o mesmo problema: longe dos tempos em que tinham como referências no ataque jogadores da qualidade de Tomasson, esta Dinamarca está refém de um goleador. E os australianos sabiam-no.

Sem grandes estrelas, mas com um colectivo bem trabalhado, Graham Arnold fez uma mudança sem grandes implicações tácticas - a entrada de Degenek para o lugar de Karacic.

Confiando que da outra partida não chegaria a notícia de golos da Tunísia, a Austrália entrou apostada em manter o “zero”, algo que tem conseguido de forma assídua: Nos últimos seis jogos, apenas a França marcou aos australianos.

Com confiança na sua defesa e conhecendo as dificuldades do rival, a Austrália ofereceu a bola à Dinamarca. E os dinamarqueses deram-se mal com isso. Numa primeira parte com poucos motivos de interesse, os nórdicos ainda construíram um par de oportunidades que, no entanto, não causaram calafrios a Mathew Ryan.

Após o intervalo, a primeira aposta de Hjulmand foi o benfiquista Bah, mas o jogo manteve-se sem novidades até que perto da hora de jogo, chegou a notícia que Dinamarca e Austrália não queriam ouvir: a Tunísia estava a vencer.

Num ápice, o empate passava a saber a derrota para a Austrália, mas, para os “socceroos”, o afastamento virtual durou escassos segundos: ainda sem tempo de perceber o que se passava no outro jogo, Mathew Leckie foi lançado em profundidade, fez gato-sapato de dois dinamarqueses, e, com um remate cruzado, bateu Schmeichel, vestindo o fato de super-herói australiano.

A precisar de golear para conseguir destronar a França do primeiro lugar, a Austrália não se colocou em bicos de pés e jogou pelo seguro. Com uma defesa de cinco a defender depois de marcar, os “socceroos” mantiveram o plano inicial e, convidando a Dinamarca a assumir o jogo, geriram até final a vantagem que garante um apuramento merecido para a selecção da Oceânia.

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