Marcelo espera “evolução positiva” no sentido da paz e estabilização em São Tomé e Príncipe

Na madrugada de sexta-feira, quatro homens atacaram o quartel das Forças Armadas, na capital são-tomense.

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Marcelo Rebelo de Sousa diz-se preocupado LUSA/ANTÓNIO COTRIM

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, manifestou esta segunda-feira preocupação face à tentativa de golpe de Estado que aconteceu em São Tomé e Príncipe, mostrando-se esperançado numa “evolução positiva” no sentido da paz.

“O Governo português já disse e eu acompanho, que é, de que acompanha com atenção aquilo que se passou no país irmão de São Tomé e Príncipe e que Portugal está sempre preocupado com tudo o que envolva, sobretudo poucos meses volvidos sobre a eleição, que diga respeito à estabilidade, à homogeneidade, à coesão e à paz em países que são membros da CPLP [Comunidade dos Países de Língua Portuguesa], afirmou o chefe de Estado.

O Presidente da República respondia aos jornalistas, após discursar na abertura da 3.ª Unique Summit, que decorre em Braga, quando questionado sobre a tentativa de golpe de Estado levada a cabo na madrugada de sexta-feira, quando quatro homens atacaram o quartel das Forças Armadas, na capital são-tomense.

“Portugal acompanha isso com preocupação, como é natural, esperando que a evolução seja positiva, quer no sentido da paz, do não derramamento de sangue, quer no sentido da estabilização da vida política daquele país irmão”, sublinhou Marcelo Rebelo de Sousa.

Assalto durou quase seis horas

Na madrugada de sexta-feira, quatro homens atacaram o quartel das Forças Armadas, na capital são-tomense, num assalto que se prolongou por quase seis horas, com intensas trocas de tiros e explosões, e em que fizeram refém o oficial de dia, que ficou ferido com gravidade devido a agressões.

O ataque foi neutralizado pelas 6h locais (mesma hora em Lisboa) desse dia, com a detenção dos quatro assaltantes e de alguns militares suspeitos de envolvimento na acção.

Foram também detidos pelos militares o antigo presidente da Assembleia Nacional Delfim Neves (que concluiu igualmente o mandato este mês) e Arlécio Costa, antigo oficial do “batalhão Búfalo” que foi condenado em 2009 por uma tentativa de golpe de Estado, alegadamente identificados pelos atacantes como mandantes. Dos quatro atacantes, três morreram, bem como o suspeito Arlécio Costa.

No domingo, o Presidente da República de São Tomé e Príncipe pediu um inquérito para esclarecer o ataque, considerando que se tratou de “uma tentativa de golpe de Estado” por quem não aceita resultados das eleições.

“A dimensão do ato não é completamente conhecida. Faço um apelo a todas as instituições para que se proceda à investigação, que se proceda aos inquéritos necessários para que a justiça seja feita, para que se encontre todas as razões e mutuações do ato. Precisamos de conhecer, porque dúvidas não há - aquilo que hoje sei e tenho informação [é que] foi claramente uma tentativa de golpe de Estado contra as instituições e seus dirigentes”, disse Carlos Vila Nova.

As declarações do chefe de Estado foram feitas após a reunião do Conselho Superior de Defesa Nacional de São Tomé e Príncipe, que foi convocado com carácter de urgência para analisar os acontecimentos em 25 de Novembro, quando foi atacado o quartel das Forças Armadas do país.

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