Nos Andes, os agricultores rezam por chuva para acabar com a seca

Na região dos Andes, na América do Sul, os agricultores anseiam por chuva para acabar com a seca extrema que se tem feito sentir.

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Nos Andes, a comunidade reza por chuva para acabar com a seca. Reuters/CLAUDIA MORALES
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Nos Andes, a comunidade reza por chuva para acabar com a seca. Reuters/CLAUDIA MORALES
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Nos Andes, a comunidade reza por chuva para acabar com a seca. Reuters/CLAUDIA MORALES
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Nos Andes, a comunidade reza por chuva para acabar com a seca. Reuters/CLAUDIA MORALES

No alto da cordilheira dos Andes, na Bolívia, Alberto Quispe, agricultor, tem uma coisa em mente: a chuva.

Na área rural de Tihuanacu, cerca de 100 quilómetros a sudoeste da cidade montanhosa de La Paz, os locais afirmam que tem havido muito pouca chuva numa altura de grande seca ao longo das regiões andinas, devido ao fenómeno meteorológico La Niña.

“Quando levantamos as nossas mãos, pedimos a Deus que perdoe os nossos pecados e pedimos água para as nossas plantações, porque nos campos não temos água nem para o gado”, disse Quispe, que escalou as montanhas com membros da comunidade para rezar por chuva.

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Nos Andes, a comunidade reza por chuva para acabar com a seca. Reuters/CLAUDIA MORALES

Ao redor da Bolívia, muitas áreas declararam estado de emergência devido à seca, algo que o Serviço Nacional de Meteorologia e Hidrologia da Bolívia espera que vá durar até 2023, altura em que a intensidade do La Niña deverá diminuir. A seca atingiu plantações não só na Bolívia, como também na Argentina, Paraguai e Peru.

Quispe e outros membros da comunidade escalaram a montanha Lloco Llloco juntamente com o pastor evangélico para pedir chuva a Deus e às divindades indígenas locais Aymara e Archachilas, levantando as mãos para o céu enquanto se encontram de joelhos.

Do outro lado da fronteira da Bolívia com o Peru, a situação é muito semelhante.

“O sol queima, é muito forte. Já não dá para andar. O calor nas zonas rurais é ainda pior e também não temos água”, disse Rosa Sarmiento de Desaguero, no Peru, perto das margens do poderoso Lago Titicaca. “Toda a gente está muito preocupada.”

Nas regiões andinas, a seca dos últimos anos provocou a queda dos níveis dos reservatórios de água em sítios como o Chile, e o recuo de importantes glaciares. A seca atingiu plantações de trigo e soja, incluindo este ano a Argentina, grande produtora de grãos.

Na vila de Zapana Jayuma, na Bolívia, os campos áridos mostram sinais claros de estragos causados pelo calor.

“A terra está muito seca e não nos tem sido possível plantar batatas, favas e inhame”, disse Cecilia Aruquipa, gestora comunitária da zona.

“O calor é muito forte e queima e não conseguimos aguentar mais. É por isso que não vamos todos para onde há sombra, porque o calor é muito intenso.”

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Nos Andes, a comunidade reza por chuva para acabar com a seca. Reuters/CLAUDIA MORALES
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