Benfica passa incólume prova de fogo no Dragão

Expulsão de Eustáquio empurrou FC Porto para noite de extremo sacrifício. Rafa marcou golo do triunfo que acabou com série de nove jogos sem vencer o rival e amplia para seis pontos a liderança benfiquista.

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Rafa, o autor do golo do Benfica no Dragão LUSA/ESTELA SILVA
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Momento do jogo entre o FC Porto e o Benfica EPA/ESTELA SILVA
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Defesa de Vlachodimos EPA/JOSE COELHO
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A expulsão de Eustáquio LUSA/ESTELA SILVA
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Momento do jogo entre o FC Porto e o Benfica EPA/ESTELA SILVA

Acabou de forma dramática a invencibilidade de mais de três anos do FC Porto frente ao Benfica, que foi ao Dragão impor-se numa noite em que jogou durante cerca de 70 minutos com mais um elemento, por expulsão de Stephan Eustáquio.

O jogo que eleva para 19 o número de partidas de invencibilidade das “águias” em 2022/23 e reforça o comando da I Liga teve fases distintas, com o Benfica a tentar surpreender logo de entrada, mas a ter que recuar até ao momento da expulsão. Mais consistente e perigoso, o FC Porto resistiu 45 minutos em inferioridade, embora tenha, durante largos períodos, deixado a sensação de que continuava com 11 jogadores em campo. No final, o sacrifício e resiliência foram traídos por uma transição de Rafa, a decidir um clássico que começou com algumas dúvidas.

Desde logo a do lateral direito portista, onde surgiu Pepê — João Mário não recuperou. Conceição formou um corredor competente a defender e forte tecnicamente. Otávio assumia parte da despesa, formando com o defesa adaptado um dique capaz de travar o jogo exterior de Grimaldo e Aursnes. Isto, mesmo que o norueguês pisasse, na maior parte das vezes, terrenos mais interiores.

Ciente dessa contrariedade dos portistas, Schmidt mandou atacar preferencialmente e, desde o apito inicial, pelo corredor, o que deu às “águias” a sensação de que poderiam surpreender o rival.

No reverso da medalha, porém, a ausência de David Neres no “onze” inicial promovia um desequilíbrio explorado pelos “dragões”.

Atento, o treinador do FC Porto apostou na vertigem do jogo directo de Zaidu e Galeno no corredor esquerdo, o que começou a funcionar em pleno a partir dos dez minutos.

O FC Porto estava habilitado a construir as bases do jogo que lhe interessava, o que resultou numa série de ameaças que culminaram com dois cabeceamentos perigosos, especialmente o de Taremi, aos 15’, que só a elasticidade de Vlachodimos impediu que terminasse em festa para os portistas.

O Benfica aguentava a pressão e tentava, sempre que se proporcionava, o ataque, primeiro por Rafa, depois por Enzo e ainda por Bah, no cabeceamento mais ameaçador para as redes da casa.

A intensidade aumentava até atingir o ponto de ebulição quando o árbitro teve que expulsar Eustáquio. No seu primeiro clássico entre “dragões” e “águias”, João Pinheiro entrou em campo decidido a eliminar potenciais focos de indisciplina. Os amarelos a João Mário (6’) e Bah (11’) não deixaram margem para dúvidas de que a noite era de tolerância zero. E a expulsão de Eustáquio, por duas entradas à canela de Bah, provaram-no... embora o critério tenha sido mais largo num par de lances com Bah como protagonista, que escapou por muito pouco ao segundo amarelo.

A partir desse momento, o FC Porto deixava de ter condições para manter a pressão exercida desde o início do jogo, permitindo a imediata “subida” do Benfica, que em menos de dez minutos esteve na iminência de marcar por Aursnes e Rafa, a testarem, na mesma jogada, a rigidez do poste e da barra da baliza de Diogo Costa.

Passado esse momento de sobressalto, os portistas reorganizaram-se e lembraram ao rival que a inferioridade numérica era mais um desafio à capacidade de superação, pelo que a primeira parte terminou com a formação da casa de novo a empurrar o Benfica para o último terço defensivo.

O intervalo surgia na altura ideal para Roger Schmidt prevenir possíveis expulsões que reequilibrassem as contas, deixando João Mário, Bah e Enzo (três dos quatro amarelados) no balneário.

Já Sérgio Conceição, limitou-se a juntar a equipa e a tentar explorar uma eventual falha do adversário para poder ferir a “águia” e esperar que o Benfica não fosse capaz de aproveitar a superioridade para ganhar vantagem no marcador.

Com Neres, Gilberto e Draxler em campo, Schmidt esperava chegar o quanto antes ao golo que lhe permitiria gerir melhor o clássico.

Mas a lesão de Draxler acabaria por obrigar a uma mudança de planos. Enquanto isso, o FC Porto suportava as investidas contrárias, em especial de Rafa, que ia insistindo sem o sucesso pretendido.

E numa fase em que o Benfica parecia incapaz de controlar o encontro e era o FC Porto que começava a recuperar alguma superioridade, Rafa decidiu o clássico numa transição rápida que ainda obrigou à intervenção do VAR, depois de João Pinheiro ter anulado o lance. O Benfica estava na frente e mais só na liderança.

Notícia rectificada, corrigindo o nome do jogador do Benfica que cabeceou à barra

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