Portugal vence em Praga e só precisa de empate em Braga

Selecção nacional goleia a República Checa e passa para a frente do Grupo 2 da Liga das Nações A, bastando um empate com a Espanha (que perdeu com a Suíça) para chegar à final a quatro.

Foto
Dalot marcou dois dos quatro golos de Portugal LUSA/MIGUEL A. LOPES

Em 2022, a Liga das Nações é, em simultâneo, um fim e um meio. É uma competição que tem um troféu e que conta para o currículo, mas na circunstância de termos um Mundial daqui a menos de dois meses, também é uma forma de avaliar a forma antes de começar a luta pelo prémio maior. Neste sábado, em Praga, a selecção portuguesa conseguiu algo que não tem conseguido muitas vezes nos últimos tempos. Venceu e convenceu. Bateu a República Checa por 0-4, um resultado que, combinado com a derrota da Espanha frente à Suíça, faz com que baste apenas um empate no duelo ibérico da próxima terça-feira, em Braga, para garantir o primeiro lugar do Grupo 2 e seguir para a final a quatro.

Foi mesmo uma noite em que tudo correu bem à selecção orientada por Fernando Santos. Não só pela vitória convincente e robusta nos números, mas também pela sensação de bom encaixe entre todas as peças – Cristiano Ronaldo nem sequer precisou de aparecer – e de bom aproveitamento ofensivo. E foi uma noite com dois bónus: um penálti falhado pelos adversários numa altura em que ainda podia significar alguma coisa para o resultado final; e, claro, o desaire espanhol em Saragoça, que descomplica as contas portuguesas no objectivo de chegar aos semifinalistas da competição.

Depois de uma semana de preparação não muito tranquila, com a renúncia de Rafa e a indisponibilidade física de vários convocados na agenda, a selecção portuguesa entrou em campo com a cabeça limpa para defrontar os checos. Foi um jogo algo acidentado nos primeiros minutos – Ronaldo ficou a sangrar do nariz após um choque com o guarda-redes Vaclik, Patrick Schick ficou com a mão em mau estado após uma pisadela de Rúben Neves. E a República Checa até pareceu ter argumentos para lutar pelo resultado, pelo que fez, por exemplo, aos 30’, quando Barak cabeceou ao lado após um cruzamento bem medido de Coufal.

À melhor oportunidade em todo o jogo, Portugal respondeu com um golo. Aos 33’, Diogo Dalot leva a bola até à área checa, deixa em Bruno Fernandes, que procura Ronaldo na pequena área. Um defesa checo corta na direcção de Rafael Leão e o avançado do AC Milan faz o cruzamento rasteiro que seria concretizado pelo homem que começara a jogada, Dalot, naquele que foi o seu primeiro golo ao serviço da selecção – não seria o único, nem o mais espectacular.

O golo serviu para consolidar o domínio português no jogo, muito bem conduzido por Bruno Fernandes, William Carvalho e, num patamar ligeiramente abaixo, Bernardo Silva. Já no tempo de compensação, aos 47’, uma aventura de Mário Rui pela esquerda deu um cruzamento para Bruno Fernandes fazer o 0-2. Mais um golo de um jogador do Manchester United e, curiosamente, nenhum deles de Ronaldo.

Com as assistências a Ronaldo e Schick no início do jogo, a primeira parte teve mais cinco minutos e foi tempo suficiente para a República Checa beneficiar de um penálti, depois de mão na bola de Ronaldo. Da marca dos 11 metros, Schick, a “estrela” da equipa, atirou por cima da baliza portuguesa, com a bola a raspar na trave. Foi a componente sorte também a beneficiar Portugal num momento em que a goleada não era, de todo, uma certeza.

Essa goleada só se materializou na segunda parte. Aos 53’, Dalot recebeu a bola de Rafael Leão e, de fora da área fez o 0-3 – vai ser difícil tirá-lo da equipa quando Cancelo, ausente por castigo, já estiver disponível para Braga. E, aos 82’, o suplente Diogo Jota apareceu sozinho na área para fazer o 0-4 após um canto que Ronaldo desviou na sua direcção. Foi o melhor que Ronaldo deu ao jogo, ele que teve algumas situações de remate durante os 90 minutos, mas sem a eficácia a que nos habituou.

Era o ponto final num jogo só de boas sensações para a selecção portuguesa. Eficácia no ataque, solidez numa defesa que, em teoria, só tinha um dos seus titulares (Rúben Dias entendeu-se bem com Danilo no eixo da defesa, grande dinâmica na posse de bola, e com margem para gestão de recursos – não houve um único cartão amarelo e havia vários em risco de falhar o jogo com a Espanha. Por tudo isto, Portugal chega à última jornada com a qualificação na mão. Mas a Espanha, que também só depende de si para passar, será sempre um adversário mais perigoso que a República Checa.

Sugerir correcção
Ler 5 comentários