Mbappé: produtor de conteúdos, inimigo do planeta

O avançado do Paris-SG é avaliado como alguém que disse algo errado na televisão, enquanto os detentores de poder efectivo ocupam tranquilamente os lugares ao nosso lado, também eles inocentes espectadores de gargalhadas inoportunas.

Uma larga proporção das frases mais desinteressantes da história da humanidade são ditas em conferências de imprensa que antecedem jogos de futebol. Ao contrário do que acontece depois dos jogos — onde há sempre a empolgante possibilidade de um descalabro emocional —, as emoções em causa não são as que exigem ser exteriorizadas (êxtase, fúria, frustração), mas as que exigem ser disfarçadas (ansiedade, excesso de confiança), e o guião é seguido mais à risca, debitando todas as formulações herdadas: respeito pelo adversário, confiança no grupo, fidelidade aos nossos princípios. A carreira de jogador e treinador consiste em repetir estas coisas 60 vezes por ano.

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