Ambiente

Vindimas em Agosto: já se apanha uva em várias quintas do Douro

Este ano, a colheita já arrancou em vários locais e há quem diga estar a fazer a vindima mais precoce de sempre, muito graças ao tempo extremamente quente e seco que marcou o ano e encolheu o tamanho dos bagos. A quebra de produção é certa, falta saber até onde irá.

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Anos secos e temperaturas altas não são novidade para o Douro, mas as condições que se fizeram sentir este ano levam Álvaro Martinho, duriense de 50 anos que sempre viveu na região, a classificar o ano vinícola em curso como sendo “de extremos”. “Tivemos dois factores climáticos extremos, o que complicou muito o ano. Ao nível do regime hídrico estimamos que até esta data ocorreu aqui pelo menos 50% da precipitação [normal] e, ao mesmo tempo, nesta parte final do ciclo, assistimos a temperaturas muito elevadas”, diz, lembrando que houve um dia em que foram registados 47 graus centígrados no Pinhão.

O resultado faz-se sentir em toda a paisagem. Levantando os olhos e o corpo das videiras sobre as quais se curva todo o dia, desde que a colheita começou, Natalina Ribeiro não tem dúvidas: “Este ano está mais seco, mesmo as videiras estão muito mais secas. Secou tudo muito rápido por falta de chuva”, diz. E não são apenas as videiras, garante Álvaro Martinho: “Basta olhar para a floresta aqui à volta, estamos a ver sobreiros, medronheiros, azinheiras, pinheiros a secar. É um ano muito extremo. Eu, pelo menos, não tenho memória de outro assim.”

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