Cartas ao director

O mundo em que vivemos

Enquanto a Estónia anunciou que vai proibir a entrada no país de cidadãos russos, Salman Rushdie foi esfaqueado durante uma conferência em Nova Iorque.
No Brasil, pede-se que Marcelo Rebelo de Sousa não compareça nas comemorações do bicentenário da independência.

O radicalismo não é caminho para a solução dos problemas sociais e políticos.

A guerra Ucrânia-Rússia, o regredir no tempo do Afeganistão, o isolamento da Coreia do Norte, as guerras tribais em África e a tensão em Taiwan não auguram nada de bom. O futuro da humanidade está no fio da navalha. O mundo em que vivemos precisa de fechar para obras.

Ademar Costa, Póvoa de Varzim

Pensar no ambiente, recusar o papel

Quando vamos a um terminal de multibanco, aparece sempre a pergunta sobre se queremos o papel referente à operação feita e a frase “pense no ambiente” a apelar a que se recuse o papel. Acho uma boa ideia, mas porque não alargá-la aos supermercados, dando-nos a hipótese de, no fim da operação (nunca antes), recusar o papel?

E por que razão nas farmácias (onde todos querem o recibo para descontar no IRS) até há pouco tempo a factura tinha no final o total dos gastos com IVA a 6% (que entram automaticamente para as contas do IRS) e o total dos gastos com 23% de IVA (que só em certas condições entram nas contas do IRS) e agora apresentam-nos dois papéis, um com o total com IVA a 6% e outro com o total do IVA a 23%? Será assim que o Governo pretende pensar no ambiente?

Nas farmácias, um bom sistema informático até mandaria os números para as Finanças, ficando qualquer papel unicamente para quem o quisesse. O mesmo se aplica a consultas médicas que têm IVA nulo. Um bom sistema informático mandaria o recibo para as Finanças ou para a ADSE.

Talvez o Governo queira pensar nisso, se não estiver demasiado ocupado com outros assuntos muito mais urgentes!

Carlos Anjos, Lisboa

A ONU e os que a (de)compõem

Imagine — como diria John Lennon — que a Organização das Nações Unidas era composta por países de dimensão, desenvolvimento económico e humano, capacidade militar e recursos naturais aproximadamente iguais; em suma: sem nela existirem superpotências a ombrear com países menos desenvolvidos.

Imagine que, pelo seu lado, a própria Organização das Nações Unidas tinha um forte potencial económico-financeiro e militar, assim como na área da comunicação social; isto é, bem superior ao de cada um dos seus Estados-membros. Claro que a sua acção teria uma enorme capacidade dissuasora de conflitos internacionais.

Mas a realidade do mundo é completamente outra. A extrema desigualdade de desenvolvimento faz com que as grandes potências tenham posição privilegiada, condicionadora da própria acção da ONU. E esta, que vive, como não podia deixar de ser, das contribuições dos países que a compõem, facilmente é reduzida à impotência, sempre que isso é do interesse dos senhores do mundo. Em Outubro de 2021, segundo noticiou Guterres, 63 países deviam as suas contribuições à ONU, e os maiores devedores eram os EUA.

Resumindo: o poder da ONU é, e será sempre, inversamente proporcional ao poder das superpotências, e quanto mais estas se potenciem com recurso a megalómanas alianças político-militares, mais a ONU se apagará, como clara e lamentavelmente está acontecendo. E isto não é nada bom para a paz e a harmonia entre os povos do mundo.

António Reis, Vila do Conde

Montenegro no regresso do Pontal

A tradicional Festa do Pontal voltou ao Calçadão de Quarteira, depois de cinco anos de interregno.

O discurso de Luís Montenegro, (conversa de político), actual líder da oposição e presidente do Partido Social Democrata, fez-me lembrar os tradicionais feirantes da “banha da cobra”. Criticou o Governo, entre outras crises (que os portugueses estão a “passar”, como tenha uma varinha mágica), de não resolver o problema da saúde, ah! E os impostos? Baixar o IRS?

Estes senhores, quando estão fora do Governo, prometem tudo, dão tudo, o pior é que quando estão instalados na(s) cadeira(s) do poder rapidamente esquecem tudo que andaram a prometer e tudo volta ao que sempre foi, desde há 48 anos.

Mário da Silva Jesus, Odivelas

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