Cartas ao director

Bolsonaro e Marcelo

O tiranete, por birra e rebeldia infantilóide, cancelou a recepção ao Presidente português. Bom para Marcelo que, sem esforço, livrou-se de constrangimentos. Não correu risco de ouvir piadas de mau gosto e desrespeitosas sobre Portugal e portugueses. Sim, o tiranete seria capaz, não tem a mínima noção da liturgia do cargo que ocupa por acidente. Resta-nos, portanto, vergonha. Já estamos acostumados, mas desta vez envolveu um país especial para, no mínimo, setenta por cento de nós, brasileiros. E por um chefe de Estado europeu que admiramos pela capacidade, elegância e preparo. Tanto que reagiu com apropriada, avassaladora e airosa indiferença. Resta-nos o consolo de que não mais precisaremos nos esforçar para fazer portugueses entenderem nosso drama. E, afinal, com alguma sorte e juízo nossos, Marcelo pode ter estado com o futuro presidente desta Terra de Vera Cruz.

Jaurês Palma, Porto Alegre

A avaliação aos políticos

Vivemos um dos períodos mais complicados da história de Portugal. Assim, a nível social, permitam-me salientar as assimetrias económicas entre os cidadãos que se agudizam devido à incompetência do Governo, que enveredou por um rumo anacrónico e pouco ambicioso face às necessidades do quotidiano. Como tal, importa responsabilizar os decisores políticos pelo seu desempenho anémico e infrutífero, no mandato que lhes foi conferido pelas eleições, com o propósito de contribuírem para uma vida mais feliz em conformidade com o plano da UE.

Porém, os recentes comportamentos de governantes dispensam mais comentários, uma vez que põem em causa os princípios éticos e morais do saber viver em democracia e são lesivos para o Estado e para o país. E, no meu entendimento, se queremos actuar de forma célere e sem tantos custos, então, ativemos o aeroporto de Beja em 2023. Circunstâncias que reforçam o meu pensamento sobre a avaliação aos políticos que deve ser contínua e não quando ocorrem somente as eleições legislativas. Em razão disso, e com o devido respeito pelas funções e poderes do Presidente da República, urge reflectir e agir uma vez que é possível alcançarmos um futuro mais justo e mais humanizado, mantendo a educação com todos os intervenientes na envolvência democrática.

Manuel Vargas, Aljustrel

Aeroporto de Lisboa

A crónica de Ana Sá Lopes no PÚBLICO de domingo é a todos os títulos brilhante. É a melhor análise que li ao affair Santos vs Costa. Pedro Nuno Santos, e sobretudo António Costa não se dão conta do que estão a fazer à já pouca credibilidade do governo e do PS.

Para ajudar ainda mais à confusão, as declarações de Ana Abrunhosa devem ter tirado o sono a muitos socialistas e até ao próprio Costa. Pelo meu lado, gosto. E logo neste fim-de-semana em que o arranque de Luís Montenegro foi excelente. Será que Costa já marcou a viagem para a Europa?

António Lamas, Montijo

A falta de médicos o SNS

A generalidade dos órgãos de comunicação social, a ministra da Saúde, a ordem e os sindicatos dos médicos, todos apontam a gravidade da falta de médicos no SNS e de todos transparece a ideia de que se deve aumentar o vencimento dos médicos para evitar que eles abandonem o SNS. Eu também acho que se deve aumentar o vencimento dos médicos, mas se alguém pensa que, aumentando o seu vencimento, se evita que eles deixem o SNS, está redondamente enganado. Nunca será pelo vencimento, seja ele qual for, que os médicos deixam o SNS para irem para o privado. As empresas privadas da saúde pagarão o que for preciso porque a empresa fecharia se não tivesse médicos. Além disso, como os actos médicos não são tabelados, os privados adequarão sempre o preço do serviço prestado ao vencimento do médico contratado.

A propósito deste assunto, escrevi há mais de um ano na imprensa regional de Évora o artigo ”bato as palmas às leis do futebol” no qual referia que se um jogador de um clube quiser ir para outro que lhe pague mais, o clube onde está diz-lhe: só vais se tu ou o clube para onde queres ir pagar os custos que tivemos com a tua formação…

Acácio Alferes, Évora

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