Técnico acusa federação de râguebi de “despotismo e má-fé”

No dia em que se joga a final da Divisão de Honra, os ainda campeões nacionais afirmam que a modalidade vive uma “situação aterradora”.

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Luís Cabelo

Os órgãos nacionais do Técnico, actual campeão nacional de râguebi, emitiram neste sábado um “memorando Informativo” onde tecem duras críticas à Federação Portuguesa de Rugby (FPR). O clube de Lisboa, que foi penalizado com a pena de desclassificação do principal campeão português, denuncia “as sistemáticas arbitrariedades, autoritarismo e incumprimento dos mais elementares princípios de ética por parte da Federação Portuguesa de Rugby”.

Em causa está a decisão da FPR anunciada no final de Abril de desclassificar o Técnico da Divisão de Honra, o principal escalão do râguebi português, por, alegadamente, o clube das Olaias ter alinhado com jogadores de forma irregular numa partida do campeonato.

Reiterando estar seguro “de ter cumprido escrupulosamente os regulamentos federativos”, o Técnico apresentou recurso da decisão federativa, mas, referem os actuais campeões nacionais, um par de horas depois, “não tendo a direcção da Federação Portuguesa de Rugby tempo sequer para analisar a extensa documentação que o Clube de Rugby do Técnico apresentou em sua defesa, foram anunciadas duas decisões em catadupa: uma, às 01h16, desclassificando o Clube de Rugby do Técnico; outra, às 01h23, marcando os jogos dos playoff da Divisão de Honra” para cerca de 12 horas mais tarde.

Agora, no dia em que Belenenses e GD Direito jogam a final do campeonato, o Técnico defende-se num “memorando informativo” onde pretende “denunciar as sistemáticas arbitrariedades, autoritarismo e incumprimento dos mais elementares princípios de ética por parte da Federação Portuguesa de Rugby e, nomeadamente, por parte do seu presidente, que têm vindo a desprestigiar e a prejudicar não só o râguebi, como o desporto no seu todo”.

No texto, assinado pelos presidentes dos órgãos sociais do clube de Lisboa, é salientado que a modalidade vive uma “situação aterradora” criada “pelo próprio presidente da Federação Portuguesa de Rugby”, num “exemplo flagrante de despotismo e má-fé, inaceitável e reprovável, a que urge uma intervenção definitiva”.

Reforçando que “a lei é clara e sendo a FPR a marcar o jogo, tal como aconteceu, podem jogar todos os jogadores devidamente inscritos até à data do jogo”, o Técnico diz que “o que se passou a seguir é verdadeiramente surrealista”, uma vez que a federação presidida por Carlos Amado da Silva reuniu “depois da meia-noite”, decidindo “sem ter em conta a contestação do Técnico” e convocando “as equipas seniores dos outros clubes para jogarem nesse mesmo dia, sábado”, “desmascarando-se à vista de todos”.

“Ultrapassando e trapaçando todas as regras, os responsáveis da FPR não permitiram que o Técnico apresentasse as suas alegações e, perante apenas a acusação sem julgamento, a sentença antecipada estava dada”, é ainda referido.

A terminar, o clube questiona como é que “os juízes desta causa condenam o arguido à pena capital, prescindindo de ouvir a sua elementar defesa na presença de um presidente que se comporta como se preparasse esta cabala que envergonharia o mais ingrato esbirro e acham-se bem com a sua consciência”.

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