“Cancelado” pela Netflix e pela Sony, terá Will Smith um caminho de volta?

O actor que na cerimónia dos Óscares deu uma bofetada a Chris Rock está a ver a sua carreira posta em causa. Alguns projectos importantes em que estava envolvido foram postos em banho-maria ou mesmo riscados do mapa.

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Will Smith a chorar durante o discurso de agradecimento do Óscar de Melhor Actor 2022 BRIAN SNYDER/reuters

Uma semana depois da cerimónia dos 94.º Óscares, a estalada que Will Smith deu a Chris Rock está “oficialmente a afectar a conta bancária” daquele que recebeu nessa noite o Óscar de Melhor Actor pela sua interpretação no filme King Richard: Para Além do Jogo. Quem o escreve é a revista Esquire.

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Uma semana depois da cerimónia dos 94.º Óscares, a estalada que Will Smith deu a Chris Rock está “oficialmente a afectar a conta bancária” daquele que recebeu nessa noite o Óscar de Melhor Actor pela sua interpretação no filme King Richard: Para Além do Jogo. Quem o escreve é a revista Esquire.

O relações públicas Mike Paul, especialista em gestão de crises, já tinha dito ao The New York Times que a marca Will Smith sofreu danos em todo o mundo. Mas conseguirá a sua carreira sobreviver à bofetada nos Óscares? Antevendo as repercussões do seu acto, o actor tem-se desdobrado em desculpas: fê-lo pela primeira vez na própria noite, ao receber o Óscar, mas só mais tarde, através das redes sociais e em comunicado, se dirigiu especificamente a Chris Rock. Por fim, voltou a pedir desculpa na sexta-feira, quando se demitiu da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood, lamentando ter “traído a confiança de todos” com um comportamento “violento” e “chocante”?

Segundo o diário nova-iorquino, Will Smith tinha na calha vários projectos ligados aos Westbrook Studios, a produtora que a sua família criou em 2019. Um deles seria um thriller de acção que estava a ser preparado pela Netflix, Fast and Loose. Sete dias antes da cerimónia dos Óscares, o realizador David Leitch abandonara este projecto de que Will Smith seria o protagonista, para ir dirigir Fall Guy, um filme com Ryan Gosling que está a ser preparado pela Universal e cujas rodagens se iniciarão em Agosto.

Fontes não identificadas confidenciaram entretanto à publicação especializada The Hollywood Reporter que a Netflix se apressou a tentar arranjar um outro realizador para o filme, mas que acabou por pôr o projecto “em banho-maria” depois da cena de violência na noite dos Óscares e não se sabe se o tentará fazer com outro realizador ou com outro actor.

Outro dos projectos de Will Smith está em actualmente em pós-produção: Emancipation, filme da Apple+ com realização de Antoine Fuqua e um orçamento de 120 milhões de dólares. Nele o actor interpreta Peter, um escravo que viveu numa plantação na Louisiana em 1863, durante a Guerra Civil Americana. Depois de ter sido chicoteado brutalmente, fugiria para o Norte e juntar-se-ia ao exército unionista. Ficou famosa a fotografia que os médicos tiraram das suas costas flageladas e com cicatrizes, prova da crueldade da escravatura.

Há quem considere que a sua interpretação nesse filme mereceria outra nomeação aos Óscares. O lançamento deveria ter lugar ainda este ano, a tempo de se candidatar aos próximos prémios da Academia, mas a Apple+ ainda não revelou a data de saída de Emancipation e não tem respondido às perguntas dos jornalistas.

o jornal The Sun contava, na sua edição de domingo passado, que depois de lutarem com vários outros concorrentes num leilão dos direitos do filme baseado na autobiografia Will, escrita pelo actor em conjunto com Mark Manson e editada em Portugal pela Albatroz em Novembro do ano passado, tanto a Apple + como a Netflix retiraram “discretamente” as suas propostas. Em vez disso irão usar esse orçamento para apoiar ideias originais de novos actores negros como Mike Epps ou Michael B. Jordan.

Ainda de acordo com a Hollywood Reporter, também a Sony está a reequacionar os planos que tinha com Will Smith. O actor já teria recebido 40 páginas do argumento do filme Bad Boys 4, que estaria a ser preparado pela produtora com o regresso de Smith e de Martin Lawrence aos seus papéis, mas o projecto, com um orçamento de 90 milhões de dólares, terá sido igualmente posto em suspenso.

O The New York Times fala ainda de outros projectos em curso, incluindo um remake para a Paramount de Antes Só que Mal Acompanhado, um filme de 1987, em que Will Smith contracenaria com Kevin Hart, e a segunda temporada de uma série de viagens para a National Geographic na Disney+. E Scott Mendelson, da revista Forbes, considera que nenhum estúdio em Hollywood quer ser o primeiro a investir naquilo que pensava ser um blockbuster para descobrir depois da sua estreia que afinal o incidente nos Óscares alterou a vontade do público de ver Will Smith nas salas de cinema.

Na noite de segunda-feira, no programa The View, relata o The Independent, a actriz Whoopi Goldberg comentou o actual cancelamento de que Will Smith estará a ser alvo. “A questão é se ele tem um caminho de volta? Sim, claro que sim… Ele vai ficar bem, ele vai voltar. Sem problemas.”

Ao The Sun, uma fonte que conhece bem o que se passa em Hollywood disse que o actor está a receber ajuda para lidar com o impacto negativo que teve a sua acção e decidiu fazer um retiro, frequentado por ricos e famosos, para o ajudar a lidar com o stress, “encontrar a sua alma e descobrir como seguir em frente” nesta batalha pela sua carreira.