A hora das alternativas

Em Portugal, felizmente, muitas cidades contam já com alternativas aos transportes habituais dentro dos seus centros urbanos. Redes de bicicletas e trotinetes eléctricas são gradualmente mais notórias nas principais artérias das cidades, reflexo de uma procura crescente por um estilo de vida cada vez mais sustentável.

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Como já é hábito, no último sábado de Março, assinala-se, uma vez mais, a Hora do Planeta. Este sábado, pelas 20h30 portuguesas, os que aderirem a esta efeméride desligarão as luzes na sua casa durante uma hora. Um gesto aparentemente simples, mas com impacto muito positivo no ambiente. Mas será que pensamos em como podemos fazer a diferença também a partir do momento em que saímos de casa?

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Como já é hábito, no último sábado de Março, assinala-se, uma vez mais, a Hora do Planeta. Este sábado, pelas 20h30 portuguesas, os que aderirem a esta efeméride desligarão as luzes na sua casa durante uma hora. Um gesto aparentemente simples, mas com impacto muito positivo no ambiente. Mas será que pensamos em como podemos fazer a diferença também a partir do momento em que saímos de casa?

Em Portugal, felizmente, muitas cidades contam já com alternativas aos transportes habituais dentro dos seus centros urbanos. Redes de bicicletas e trotinetes eléctricas são gradualmente mais notórias nas principais artérias das cidades, reflexo de uma procura crescente por um estilo de vida cada vez mais sustentável. Estas novas soluções de transporte movidas a electricidade e que, por isso, dispensam o uso de outros combustíveis fósseis, começam a ser uma opção para quem vive e trabalha nas cidades portuguesas, por serem acessíveis, cómodas e económicas para deslocações de curta distância.

Segundo um inquérito da consultora BCG, o uso em particular das soluções de micromobilidade – trotinetes e bicicletas eléctricas – voltará aos níveis pré-pandémicos em breve. Apesar de existir ainda algum receio em usar meios de mobilidade partilhada, tendo em conta o nosso passado recente, em que estivemos muito tempo confinados, acredito que veremos uma aceleração no ritmo de crescimento do uso deste tipo de soluções. A acrescentar a isto, num estudo intitulado “Mobilidade partilhada e a transformação do Trânsito Público”, a American Public Transportation Association concluiu que, quanto mais as pessoas se deslocarem desta forma, maior é a probabilidade de o continuarem a fazer de forma regular. O mesmo estudo aponta ainda para um potencial benefício a nível de saúde que advém destes modos de transporte: metade dos inquiridos revela ter começado a ser mais activo fisicamente desde a mudança dos seus hábitos de viagens diárias.

Idealmente, no futuro, tudo o que teremos de fazer passará por ligar o nosso telefone, que nos dirá qual o meio mais rápido para chegarmos onde queremos ir, encapsulando na perfeição o conceito de mobilidade partilhada. No fundo, será como os jogos dos famosos irmãos canalizadores Mario e Luigi: ir de ponto A a B no menor tempo possível, pelo percurso com menos obstáculos e usando regularmente caminhos ou métodos alternativos. No entanto, para esta transição massificada dos hábitos surtir efeito, é necessário investimento nas infra-estruturas que permitam que se construam cada vez mais verdadeiras cidades do futuro - cidades para as pessoas, não para carros.

É certo que esta mudança não ocorre nesta hora, nem num futuro imediato. Esta pode, no entanto, ser a altura em que começamos a “desligar as luzes” ao carro próprio, pelo menos para as nossas deslocações mais curtas e rotineiras. Sabemos que o futuro depende das acções de cada um e que estas farão a diferença em anos vindouros. Reciclagem, compras em segunda mão ou mudança de hábitos de consumo alimentar já impactam de forma benéfica o mundo. A questão, no entanto, impera: e se mais opções estiverem à nossa espera mesmo ao lado de casa? Basta um passo, dar balanço, pedalar. Não mudará só a nossa vida – mudará o planeta.