O “estranho caso” de uma obra esquecida de Álvaro Siza

Livro resgatou história da Cooperativa de Lordelo do Ouro, no Porto, e estudou como poderia ser reabilitada. Pode a arquitectura ser o catalisador de uma nova vida social e cultural de uma associação?

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Fachada do edifício na parte que sofreu a substituição da caixilharia original em madeira de afizélia Vincenzo Riso/DR

Era uma zona periférica de um Porto ainda pouco construído e especulativo, onde reinavam casas baixas ocupadas por trabalhadores dos estaleiros navais e a vizinhança dos extensos jardins de Serralves. A poucos passos da Avenida da Boavista, não muito longe do mar, nasciam dois maciços de betão em nada semelhantes à construção portuense da época. O arquitecto era Álvaro Siza. O ano, 1963. A Cooperativa de Lordelo do Ouro, criada em 1897, apostava numa nova sede – e uma história controversa começava ainda sem se saber. O arquitecto Vincenzo Riso desafiou 20 alunos do curso de Arquitectura da Universidade do Minho a estudarem a história deste edifício “esquecido” da obra do Pritzker português, procurando soluções para a sua reabilitação – e compilou tudo num livro disponível online de forma gratuita. O trabalho, disse ao PÚBLICO, quer ser um catalisador para “revitalizar” esta cooperativa. Porque “a arquitectura tem potencial para mudar a vida das pessoas”.

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Era uma zona periférica de um Porto ainda pouco construído e especulativo, onde reinavam casas baixas ocupadas por trabalhadores dos estaleiros navais e a vizinhança dos extensos jardins de Serralves. A poucos passos da Avenida da Boavista, não muito longe do mar, nasciam dois maciços de betão em nada semelhantes à construção portuense da época. O arquitecto era Álvaro Siza. O ano, 1963. A Cooperativa de Lordelo do Ouro, criada em 1897, apostava numa nova sede – e uma história controversa começava ainda sem se saber. O arquitecto Vincenzo Riso desafiou 20 alunos do curso de Arquitectura da Universidade do Minho a estudarem a história deste edifício “esquecido” da obra do Pritzker português, procurando soluções para a sua reabilitação – e compilou tudo num livro disponível online de forma gratuita. O trabalho, disse ao PÚBLICO, quer ser um catalisador para “revitalizar” esta cooperativa. Porque “a arquitectura tem potencial para mudar a vida das pessoas”.