China diz-se “preocupada” com situação na Ucrânia e apela ao diálogo

Ministro dos Negócios Estrangeiros chinês diz ao secretário de Estado dos EUA que as “preocupações legítimas de segurança de qualquer país devem ser respeitadas”.

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O ministro dos Negócios Estrangeiros da China apelou ao diálogo e à moderação China Daily CDIC

A China está preocupada com o “agravamento” da situação na Ucrânia e apela à moderação e à resolução das diferenças através do diálogo, disse esta terça-feira o ministro dos Negócios Estrangeiros, Wang Yi.

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A China está preocupada com o “agravamento” da situação na Ucrânia e apela à moderação e à resolução das diferenças através do diálogo, disse esta terça-feira o ministro dos Negócios Estrangeiros, Wang Yi.

Numa conversa telefónica com o secretário de Estado norte-americano Antony Blinken, o chefe da diplomacia chinesa afirmou que “as preocupações legítimas com a segurança de qualquer país devem ser respeitadas e os princípios da Carta da ONU devem ser mantidos.”

“Todas as partes envolvidas devem exercer moderação, reconhecer a importância de implementar o princípio da indivisibilidade da segurança, aliviar a situação e resolver as diferenças por meio de diálogo e negociação”, referiu Wang, sublinhando a sua “preocupação”, já que “a situação na Ucrânia está a piorar.”

​Na conversa telefónica, Blinken destacou a necessidade de preservar a soberania e a integridade territorial da Ucrânia em meio de agressão por parte da Rússia, afirmou o porta-voz do Departamento de Estado, Ned Price.

Numa breve declaração numa reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU, o embaixador chinês na ONU, Zhang Jun, disse que Pequim saudou e encorajou todos os esforços para uma solução diplomática, acrescentando que todas as preocupações devem ser tratadas na base da igualdade.

“A actual situação da Ucrânia é resultado de muitos factores complexos. A China vai posicionar-se sempre de acordo com o desenvolvimento da própria questão. Acreditamos que todos os países devem resolver disputas internacionais por meios pacíficos”, afirmou Zhang.

Também esta terça-feira, a embaixada da China na Ucrânia alertou os seus cidadãos para “não se aventurarem em áreas instáveis”, sem nunca apelar, no entanto, à saída do país, como outras nações fizeram com os seus próprios cidadãos. “A embaixada chinesa na Ucrânia emitiu um lembrete aos cidadãos e empresas chinesas para reforçarem as precauções de segurança”, informou.

Na segunda-feira, a Rússia reconheceu as duas autoproclamadas repúblicas de Donetsk e Lugansk como entidades independentes. Moscovo disse que a recusa de Kiev em cumprir as suas obrigações sob o Protocolo de Minsk e a sua óbvia recusa em procurar uma solução negociada com as regiões rebeldes justificam a medida.

Ao mesmo tempo que reconheceu as repúblicas separatistas como nações soberanas, o Presidente Vladimir Putin ordenou o envio de forças de “manutenção de paz” para as duas províncias da Ucrânia.