Jerónimo de Sousa: “O PS tem na mão a opção de fazer entendimentos com o PSD ou convergir à esquerda”

Verdes fora do Parlamento. João Oliveira foi o rosto de grande parte da campanha, mas acabou por ficar de fora da Assembleia da República.

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LUSA/NUNO VEIGA

Com o total dos resultados ainda por apurar, a posição da CDU foi clara: “O PS tem na mão a opção de fazer entendimentos com o PSD ou convergir à esquerda com a CDU para a resposta aos problemas do país”.

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Com o total dos resultados ainda por apurar, a posição da CDU foi clara: “O PS tem na mão a opção de fazer entendimentos com o PSD ou convergir à esquerda com a CDU para a resposta aos problemas do país”.

Foi Jerónimo de Sousa que o disse, em jeito de balanço da noite eleitoral. “A questão que está colocada, sem subterfúgios e adiamentos é o de saber quais as opções que se colocam ao país: se se abrem perspectivas de uma política capaz de enfrentar os problemas, de lhe dar solução nos interesses dos trabalhadores e do povo ou se, pelo contrário, prevalecem as intenções de manter adiada essa respostas em benefício dos interesses do grande capital gerando desigualdades e injustiças”, afirmou o líder comunista.

Jerónimo de Sousa entrou na sala debaixo de um forte aplauso, apesar do clima pesado que se fazia sentir no hotel Sana Metropolitan, a escassos metros da sede do PCP, na Rua Soeiro Pereira Gomes, em Lisboa. A noite não estava para grandes festas e o secretário-geral comunista, com os resultados por fechar, assumia que a CDU não conseguiria mais do que sete deputados, concedendo que possam ser seis.

“Claro que é uma perda”, reconheceu, em resposta aos jornalistas. Mas este foi um “resultado eleitoral que, a partir da promoção de uma extrema bipolarização, beneficiou o PS, apesar da sua postura de fuga às respostas necessárias ao país”.

Verdes ficam sem representação parlamentar

Num discurso em que admitiu o mau resultado da CDU o secretário-geral do PCP revelou que o PEV - Os Verdes não vai ter qualquer representação no Parlamento que resultar destas eleições legislativas.

O líder comunista deu conta da “perda significativa de deputados” da CDU “e da representação institucional do PEV”. O PEV dispunha actualmente de dois parlamentares, Mariana Silva e José Luís Ferreira, candidatos pelos círculos de Lisboa e Setúbal, respectivamente, círculos que não estão ainda fechados.

João Oliveira e António Filipe não foram eleitos deputados

Foi o rosto de grande parte da campanha, mas acabou por ficar de fora da Assembleia da República: João Oliveira, que concorria pelo círculo eleitoral de Évora, acabou por não ser eleito.

Foi o líder parlamentar da bancada do PCP na última legislatura e foi, juntamente com João Ferreira, o nome designado para encabeçar a campanha comunista quando Jerónimo de Sousa foi afastado devido a uma intervenção cirúrgica. É a primeira desde que há eleições em democracia que os comunistas não elegem em Évora.

António Filipe, deputado pela CDU há 35 anos, fica de fora da Assembleia da República. O deputado era eleito pelo distrito de Santarém há quatro mandatos e estava no parlamento desde 1987.