Enganadas no passado: as percepções de insegurança na Rússia e Ucrânia

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Em 2014, a Rússia anexou a Crimeia e iniciou uma guerra por procuração ao leste do território ucraniano Reuters

1. O reemergir das tensões entre a Rússia e a Ucrânia ocupou um lugar de relevo nos acontecimentos políticos mundiais do último ano. É naturalmente uma questão maior de segurança internacional para a União Europeia e a NATO, pela sua proximidade geográfica. Todavia, para além do óbvio — uma anormalmente elevada concentração de forças militares russas na proximidade da fronteira da Ucrânia fazendo temer uma invasão —, o conflito é complexo e multifacetado. Um dos seus aspectos mais paradoxais é o de que quer a Rússia, quer a Ucrânia, se sentem enganadas e inseguras. A Rússia sente-se enganada pelas promessas ocidentais / americanas feitas nos anos 1990 de não alargamento da NATO a antigos membros do Pacto de Varsóvia. A Ucrânia, sente-se enganada por ter aceitado ficar sem armas nucleares no seu território após o final da União Soviética, em troca da garantia da sua integridade territorial e soberania.

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1. O reemergir das tensões entre a Rússia e a Ucrânia ocupou um lugar de relevo nos acontecimentos políticos mundiais do último ano. É naturalmente uma questão maior de segurança internacional para a União Europeia e a NATO, pela sua proximidade geográfica. Todavia, para além do óbvio — uma anormalmente elevada concentração de forças militares russas na proximidade da fronteira da Ucrânia fazendo temer uma invasão —, o conflito é complexo e multifacetado. Um dos seus aspectos mais paradoxais é o de que quer a Rússia, quer a Ucrânia, se sentem enganadas e inseguras. A Rússia sente-se enganada pelas promessas ocidentais / americanas feitas nos anos 1990 de não alargamento da NATO a antigos membros do Pacto de Varsóvia. A Ucrânia, sente-se enganada por ter aceitado ficar sem armas nucleares no seu território após o final da União Soviética, em troca da garantia da sua integridade territorial e soberania.