A genialidade de Caetano num ano talhado a despedidas

Numa produção ainda marcada pela pandemia e por perdas físicas (Carlos do Carmo e José Mário Branco), Caetano Veloso emergiu com uma admirável obra-prima.

Foto
Caetano Veloso criou a sua terceira obra-prima em três décadas Aline Fonseca

Para a música portuguesa e para o fado, 2021 começou de luto: no dia 1 de Janeiro morreu Carlos do Carmo, dois anos após ter anunciado que ia abandonar os palcos. O disco que deixou gravado, E Ainda…, lançado em Abril, ouve-se como se assistíssemos a uma bem montada peça de teatro, na qual empenhou todas as forças, numa digna e emotiva despedida. Dele emana uma melancolia que está também presente em Ruas e Memórias, excelente trabalho de Marco Oliveira com José Mário Branco, acabado horas antes de este nos deixar. É um disco que percorre Lisboa com um olhar de amargura e perda, mas também de renovação (e neste mesmo ano Camané lançou o primeiro disco sem José Mário, Horas Vazias).

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

Para a música portuguesa e para o fado, 2021 começou de luto: no dia 1 de Janeiro morreu Carlos do Carmo, dois anos após ter anunciado que ia abandonar os palcos. O disco que deixou gravado, E Ainda…, lançado em Abril, ouve-se como se assistíssemos a uma bem montada peça de teatro, na qual empenhou todas as forças, numa digna e emotiva despedida. Dele emana uma melancolia que está também presente em Ruas e Memórias, excelente trabalho de Marco Oliveira com José Mário Branco, acabado horas antes de este nos deixar. É um disco que percorre Lisboa com um olhar de amargura e perda, mas também de renovação (e neste mesmo ano Camané lançou o primeiro disco sem José Mário, Horas Vazias).