PÚBLICO: Informar em todas as frentes

O Público é um jornal de referência. Mas hoje é muito mais do que a sua fundação em 1990: é um serviço de informação multiplataformas. O que uma redacção pode aprender com o mundo digital - e o que as ferramentas Google nos dizem sobre o “novo leitor”?

A história do Público é a sexta de sete histórias que contamos no projecto Construir o Presente. Uma série documental, patrocinada pela Google, que retrata histórias reais de empresas portuguesas que estão a construir o presente com os olhos postos no futuro, através da utilização das ferramentas digitais Google. Acompanhe esta série em vídeo, artigo e podcast.


O Público, fundado em 1990, consolidou-se ao longo das últimas três décadas como um dos mais importantes meios de comunicação em Portugal. O que começou como um jornal impresso, nunca se poupou à inovação. Tem nos seus cadernos e suplementos alguns dos seus mais marcantes sucessos e a inovação nunca lhe foi estranha. Foi dos primeiros meios de comunicação a abraçar as novas tecnologias e um dos primeiros jornais a ver o potencial da internet, com a criação do publico.pt. Recentemente, foi pioneiro nos podcasts, uma das novas formas de consumo de informação.

Para que serve esta introdução? Para dizer que o Público seguiu sempre as novas tendências de inovação tecnológicas, seguindo igualmente a natural evolução da internet. Mas se a evolução da internet é notória nas últimas duas décadas, dando a todos os utilizadores cada vez mais funcionalidades e potencialidades, o que fazer numa época - 2021 - quando a internet nos oferece… praticamente tudo. O que há para saber? O que um jornal tem para aprender? Quem é o novo leitor digital e como se define?

Fabíola Cunha Mousinho, Analista de Media Digital (Departamento de Audiências e Análise de Dados )
Amílcar Correia, Director-adjunto e responsável pela área digital
Guida Marques Pinto, Directora de inovação digital
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Fabíola Cunha Mousinho, Analista de Media Digital (Departamento de Audiências e Análise de Dados )

Ser mais do que um jornal

A mudança do Público é definida por Amílcar Correia, director-adjunto do Público e responsável pela área digital, quando diz que “o Público hoje não é um jornal impresso nem tão pouco um site, o Público é um meio de comunicação multiplataformas”. O desafio prende-se, precisamente, em encontrar a forma de estar em cada plataforma disponível - seja ela um jornal impresso, uma rede social, uma newsletter ou um site. “Esse é um dos grandes desafios do jornalismo digital hoje em dia, porque nos obriga a linguagem própria para cada um deles, para chegar a um público cada vez mais vasto”, esclarece Amílcar.

Mas como se pode conhecer melhor o leitor? Quem dá essa resposta é Fabíola Cunha Mousinho, parte do Departamento de Audiências e Análise de Dados do Público. E a Google é parte integrante da estratégia. Com ferramentas de análise de dados como o Google Analytics, o Google Data Studio e o Google Big Query, todos os dados estão quase prontos para serem analisados. Se o Google Analytics é importante para “perceber a performance do site, seja o que os leitores leram, como entraram no site ou quais são os principais pontos de cliques”, como explica Fabíola, o Google Data Studio é o responsável por “traduzir essa informação”. “Com o Google Data Studio conseguimos traduzir essa informação consoante objectivos para que no fundo ela seja mais interessante para todas as pessoas dentro da organização”, refere. Essa informação é, depois, reportada internamente com o objectivo de entender as áreas de interesse dos leitores e os seus hábitos de consumo e, assim, potencializar a redistribuição de conteúdos em diferentes plataformas, dar continuidade a determinados temas ou ajustar estratégias de promoção de campanhas.

A analista de dados destaca, ainda, o Google Big Query como “um grande armazém de dados onde agregamos toda a informação de diversas origens, tanto do Google Analytics como das nossas newsletters, notificações na App ou informações dos próprios assinantes”. Para Amílcar Correia, esta acaba por ser a área mais decisiva - e a mais fascinante. “Para quem, como eu, nasceu na era do jornalismo impresso, ainda pré-internet, é extremamente apaixonante e desafiante lidar com estas ferramentas que hoje em dia nos permitem conhecer e entender o leitor”, conta.

Dados: é este o grande segredo do mundo digital, que até há bem poucos anos não era mais do que uma miragem. Mas hoje, com o avanço da tecnologia e das ferramentas de recolha de dados primários o Público consegue ter uma visão mais pormenorizada da utilização do seu site e oferecer aos leitores experiências personalizadas.

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Redação do Público

Parcerias transformadoras que visam o crescimento

Conhecer os leitores é um dos principais objectivos do Público. Com isto consegue perceber não só a audiência para quem comunica, mas também aquilo em que esta audiência se interessa. “Permite-nos crescer porque começamos a pensar com o leitor no meio da equação”, diz Guida Marques Pinto, directora de inovação digital do Público. E crescer passa também por “traçar um funil que permita a conversão de leitores casuais em assinantes”, conta, definindo desta forma um dos maiores desafios dos media na era digital.

Para isto, a Google foi decisiva. Não só pelas plataformas que tem à disposição para as empresas, onde os media se incluem, saberem mais sobre as suas audiências - mas também com programas específicos de evolução e aprendizagem. O Público é parte integrante de dois deles, ambos associados à Google News Initiative - uma acção da Google que trabalha em parceria com jornais e produtores de conteúdo para construir um ecossistema noticioso mais diverso e sustentável.

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Colaboradores do Público

Um dos programas onde o Público está inserido é o GNI Subscriptions lab, que Guida define como “profundamente transformador” na forma de trabalhar no jornal. “Fez-nos pensar naquilo que era a nossa estratégia a longo prazo”, refere, com o programa a ser um acelerador de subscrições, ajudando os jornais “no crescimento digital através do trabalho com equipas multidisciplinares. O segundo programa, chamado Table Stakes, pretende que as empresas de media consigam aumentar o seu lucro digital ao saber focar-se nas audiências certas. Para Guida, este programa “é focado numa audiência mais específica, que espero que seja um piloto para trabalhar todas as audiências de forma mais objectiva”. Os resultados de ambos “devem ser visíveis já no próximo ano de 2022”.

O balanço definirá o futuro. Conhecer os leitores é encontrar a essência de um jornal. Para Amílcar Correia, o segredo vai estar em “conjugar o interesse do público do Público com o interesse público do jornalismo que fazemos”. Em breve, vai ser Público o que ainda está para vir.


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