Número de doentes com covid-19 em UCI dispara para 40% do valor crítico

Relatório da DGS e do Insa confirma “actividade epidémica de SARS-CoV-2 de intensidade elevada, com tendência fortemente crescente a nível nacional”.

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"Linhas vermelhas" divulgadas esta sexta-feira Estela Silva/Lusa

O agravamento da pandemia em Portugal nas últimas semanas, que se traduziu no aumento diário de casos de covid-19 e internamentos, fez com que as Unidades de Cuidados Intensivos (UCI) tenham 40% do valor crítico de camas ocupadas. De acordo com o relatório das “linhas vermelhas” da Direcção-Geral da Saúde e do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA)​​, o total de doentes de covid-19 em UCI apresenta uma “tendência fortemente crescente”, com uma subida forte face ao número da passada semana.

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O agravamento da pandemia em Portugal nas últimas semanas, que se traduziu no aumento diário de casos de covid-19 e internamentos, fez com que as Unidades de Cuidados Intensivos (UCI) tenham 40% do valor crítico de camas ocupadas. De acordo com o relatório das “linhas vermelhas” da Direcção-Geral da Saúde e do Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge (INSA)​​, o total de doentes de covid-19 em UCI apresenta uma “tendência fortemente crescente”, com uma subida forte face ao número da passada semana.

Na última sexta-feira, Portugal continental estava nos 28% do valor crítico definido de 255 camas ocupadas, uma subida de 12% nesta percentagem em apenas sete dias. Desde o dia 12 de Março, quando se registavam 253 internamentos em cuidados intensivos, que o país se mantém abaixo deste valor crítico. No dia mais crítico da pandemia para este indicador, 4 de Fevereiro, o país chegou a ter 904 doentes infectados com covid-19 em UCI. 

“A análise dos diferentes indicadores revela uma actividade epidémica de SARS-CoV-2 de intensidade elevada, com tendência fortemente crescente a nível nacional. A pressão nos serviços de saúde e o impacto na mortalidade são ainda moderados, mas com tendência crescente”, avisam as entidades no relatório divulgado esta sexta-feira.

De acordo com o relatório divulgado esta sexta-feira, a incidência encontra-se nos 211 casos por 100 mil habitantes a 14 dias, valor 148% superior aos 120 casos apresentados pelo Governo, em Março passado, como limite no "semáforo” do desconfinamento. Nos grupos etários mais vulneráveis (idade superior ou igual a 65 anos), este limite também é ultrapassado: o indicador fixa-se nos 211 casos por 100 mil habitantes, com INSA e DGS a destacarem também uma “tendência fortemente crescente a nível nacional”. A manter esta taxa de crescimento, a nível nacional, estima-se que o limiar de 480 casos em 14 dias por 100 mil habitantes possa ser ultrapassado em menos de 15 dias”.

A nova variante Ómicron, que ainda não foi detectada em Portugal, “suporta a necessidade de reforçar a vigilância epidemiológica, virológica e do controlo de fronteiras em Portugal, até serem conhecidas mais informações”. Para já, a variante Delta continua a ser a única em circulação em Portugal, com 100% dos casos analisados de 8 a 14 de Novembro neste relatório.

O R(t), o índice de transmissibilidade, apresenta valor igual ou superior a 1, indicando uma “tendência crescente da incidência de infecções por SARS-CoV-2 a nível nacional (1,19) e em todas as regiões.

A positividade dos testes também está em trajectória ascendente: este valor encontra-se actualmente nos 4,7%, uma subida de 0,4% face ao último relatório. “Observou-se um aumento do número de testes para detecção de SARS-CoV-2 realizados nos últimos sete dias”, indica o relatório. Contudo, se compararmos a proporção de positividade com a do período homólogo do ano passado, vemos uma redução significativa: em Novembro de 2020 esta percentagem era superior a 10%.

A mortalidade por covid-19 (15,5 óbitos em 14 dias por um milhão de habitantes) é mais um indicador que “apresenta uma tendência crescente”. Esta taxa de mortalidade revela “um impacto moderado da pandemia na mortalidade”, caracterizam INSA e DGS.

A proporção de casos confirmados notificados com atraso foi de 2,6% (na semana passada foi de 2,8%), mantendo-se abaixo do limiar de 10%.