Moçambique ou o desacerto do mundo

Uma obra que traz à luz os que não entram nos salões da História. Para que fiquem mais claras as feridas de um país. A ler, absolutamente.

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Rui Gaudêncio

“Podem os esquecidos/ renascer/ numa terra de nomes?” A interrogação é o final do poema Some there Be, da sul-africana Ingrid de Kok, que João Paulo Borges Coelho escolheu manter no original como epígrafe de Museu da Revolução (Can the forgotten / be born again/ into a land of names). Estamos diante de um épico ou da possibilidade de um épico que escolheu ser o épico dos que nunca são protagonistas de nada, muitas vezes nem da própria vida. É um livro onde o escritor resgata a memória recente de Moçambique a partir de gente comum, cujo quotidiano testemunha um território marcado pela guerra, pela violência, pelo sofrimento e que vamos conhecendo numa viagem que é tanto a travessia de um país quanto o vislumbre da transformação social, política, cultural que ocorrida desde a década de 60.

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“Podem os esquecidos/ renascer/ numa terra de nomes?” A interrogação é o final do poema Some there Be, da sul-africana Ingrid de Kok, que João Paulo Borges Coelho escolheu manter no original como epígrafe de Museu da Revolução (Can the forgotten / be born again/ into a land of names). Estamos diante de um épico ou da possibilidade de um épico que escolheu ser o épico dos que nunca são protagonistas de nada, muitas vezes nem da própria vida. É um livro onde o escritor resgata a memória recente de Moçambique a partir de gente comum, cujo quotidiano testemunha um território marcado pela guerra, pela violência, pelo sofrimento e que vamos conhecendo numa viagem que é tanto a travessia de um país quanto o vislumbre da transformação social, política, cultural que ocorrida desde a década de 60.