No Porto/Post/Doc, Tiago Afonso mostra o Porto que mudou em 14 anos

Distopia (Porto 2007-2021) venceu o prémio de melhor filme português no Doclisboa. É agora mostrado no Porto que filmou, mas que já não é o Porto em que foi começado

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O sub-título de Distopia explica muita coisa sobre o filme de Tiago Afonso: (Porto 2007-2021). Em primeiro lugar, porque acompanha aquilo que o cineasta, programador e professor define como a “gentrificação” do Porto, a sua transformação num “parque de diversões” para turistas que, nas palavras de Afonso, o fez pensar na frieza de edifícios pensados para uma “exposição universal”, para serem vistos mais do que vividos. São “três exemplos” de destruição: “de uma comunidade”, referindo-se ao realojamento da comunidade cigana do Bacelo; “de um bairro com as desculpas mais esfarrapadas à face da terra”, referindo-se à demolição do bairro do Aleixo; “e a mudança do sítio da feira da Vandoma”, para um sítio onde “nem tenho a certeza que ela ainda exista”. 

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O sub-título de Distopia explica muita coisa sobre o filme de Tiago Afonso: (Porto 2007-2021). Em primeiro lugar, porque acompanha aquilo que o cineasta, programador e professor define como a “gentrificação” do Porto, a sua transformação num “parque de diversões” para turistas que, nas palavras de Afonso, o fez pensar na frieza de edifícios pensados para uma “exposição universal”, para serem vistos mais do que vividos. São “três exemplos” de destruição: “de uma comunidade”, referindo-se ao realojamento da comunidade cigana do Bacelo; “de um bairro com as desculpas mais esfarrapadas à face da terra”, referindo-se à demolição do bairro do Aleixo; “e a mudança do sítio da feira da Vandoma”, para um sítio onde “nem tenho a certeza que ela ainda exista”.