Eu sou um discurso

Uma homilia para convertidos que dificilmente trará novos militantes para a luta contra as alterações climáticas.

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Eu sou Greta, “eu sou um discurso”

Dado o emprego, no título, da primeira pessoa do singular, o filme de Nathan Grossman parece sugerir que vai dar espaço a um olhar mais confessional, ou mesmo mais íntimo sobre a segunda Greta mais famosa de todos os tempos, mas essa vaga promessa cedo se desfaz. Porque dizer “eu sou Greta”, neste ponto do século XXI, não significa dizer “eu sou uma pessoa”, significa dizer “eu sou um discurso”. E portanto o filme, mesmo que ensaie umas tiradas que se pretendem mais espontâneas ou mais contemplativas (Greta Thunberg esparramada na cama do seu quarto, investida, por instantes, do papel de “adolescente comum”), não tem como ser outra coisa que não um veículo do discurso.

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Dado o emprego, no título, da primeira pessoa do singular, o filme de Nathan Grossman parece sugerir que vai dar espaço a um olhar mais confessional, ou mesmo mais íntimo sobre a segunda Greta mais famosa de todos os tempos, mas essa vaga promessa cedo se desfaz. Porque dizer “eu sou Greta”, neste ponto do século XXI, não significa dizer “eu sou uma pessoa”, significa dizer “eu sou um discurso”. E portanto o filme, mesmo que ensaie umas tiradas que se pretendem mais espontâneas ou mais contemplativas (Greta Thunberg esparramada na cama do seu quarto, investida, por instantes, do papel de “adolescente comum”), não tem como ser outra coisa que não um veículo do discurso.