DGS garante que ritmo de vacinação com dose de reforço contra a covid-19 vai acelerar para a semana

A directora-geral da Saúde adiantou que já foram vacinadas perto de 40% das cerca de 900 mil pessoas com mais de 65 anos que tomaram a segunda dose anticovid há pelo menos 180 dias. Ritmo de vacinação vai aumentar a partir desta segunda-feira.

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Já 344 mil pessoas receberam a terceira dose em Portugal Rui Gaudêncio

A directora-geral da Saúde, Graça Freitas, disse este domingo que o ritmo de vacinação da terceira dose contra a covid-19 está a acompanhar as previsões da Direcção-Geral de Saúde (DGS). O processo vai acelerar a partir de segunda-feira e há 350 mil vacinações contra a gripe e contra a covid-19 agendadas para os próximos dias, indica a DGS em comunicado.

Em entrevista à SIC, Graça Freitas refutou as críticas feitas pelo bastonário da Ordem dos Médicos, Miguel Guimarães, que considera que a saída de cena do vice-almirante Gouveia e Melo deixou a liderança do processo de vacinação “órfã”.

O bastonário disse que se nota a ausência do vice-almirante Gouveia e Melo, considerando que está “a ter impacto”. “E pode ter um impacto muito grande numa altura em que os serviços de urgência começam a ter uma grande pressão”, referiu Miguel Guimarães em declarações à estação de televisão.

Desde o início da administração da terceira dose, que será administrada aos maiores de 65 anos, 14% da população deste grupo etário já recebeu a dose de reforço – até este domingo, foram 344 mil pessoas de um universo de 2,3 milhões.

Porém, Graça Freitas recorda quem nem todas as pessoas deste grupo são elegíveis para a dose de reforço, por enquanto: é necessário esperar 180 dias desde a administração da segunda toma da vacina. Como resultado disso, apenas uma parte dos 2,3 milhões de pessoas com mais de 65 anos podem ser vacinadas uma terceira vez contra a covid-19.

"Dessas, já foram vacinadas 344 mil, o que dá 40% [38%]”, esclarece a directora-geral da Saúde, observando que “é pouco”, mas apesar de tudo “normal” por se tratar da fatia da população a que é mais difícil chegar: “Têm mais de 80 anos, e é por isso que a partir de agora temos de ter uma intervenção personalizada em relação a estas pessoas”.

Num comunicado enviado ao final da tarde deste domingo, a DGS refere números mais exactos da vacinação: cerca de 840 mil pessoas estão elegíveis, estando já vacinadas 351 mil (42%). Adianta ainda que, dos ainda não vacinados, 35 mil “estão já agendados para os próximos dias.

Vacinação acelera a partir desta segunda-feira

Sobre atrasos na vacinação contra a gripe sazonal, uma preocupação também enumerada por Miguel Guimarães, Graça Freitas explica que estes não se devem à possibilidade da toma simultânea dos medicamentos da gripe e da covid-19.

“Não é por ser administrada em conjunto. É porque, em Outubro e por uma questão de capacidade de nos entregarem vacinas, não tivemos número suficiente para vacinar em massa. Por isso, escolhemos, no SNS, vacinar os mais vulneráveis: 80 ou mais anos de idade, todas as pessoas em lares e estruturas semelhantes”, explicou.

Neste momento, têm sido vacinadas com as duas doses 25 mil pessoas por dia (para um total de 221 mil vacinas em co-administração), com Graça Freitas a afirmar que há capacidade para aumentar. Até porque o país já não tem problema de escassez de vacinas da gripe. “O SNS administrou até agora 540 mil doses da vacina contra a gripe, mas tem capacidade – e isso é que é preciso dizer-se – para, neste tempo em que já há vacinas, intensificar o ritmo”, sublinhou.

No comunicado deste domingo, a DGS refere que já foram vacinadas contra a gripe “cerca de 811 mil pessoas, das quais quase 271 mil nas farmácias”. Acrescenta ainda que há aproximadamente 350 mil vacinações agendadas para os próximos dias. “O processo de vacinação contra a gripe e a dose de reforço contra a covid-19 vai, assim, acelerar a partir de amanhã [segunda-feira]”.

Na entrevista, Graça Freitas esclareceu também que quem estiver elegível para tomar a vacina da gripe, mas não puder ainda tomar a dose de reforço, pode tomar a da gripe antes da anticovid, não sendo necessário esperar para poder fazer a toma conjunta.

A meta definida de ter todos os maiores de 65 vacinados até 19 de Dezembro diz respeito à vacinação contra gripe e não à dose de reforço da covid-19, até porque nessa data “apenas 1,5 milhões dos 2,3 milhões de pessoas que têm mais de 65 anos estarão elegíveis [para a covid-19]”. “Vamos ter de continuar a vacinar em Janeiro, Fevereiro, etc.: para a covid-19, tem de haver critérios [mais de 180 dias desde a segunda toma]; para a gripe, é só ter a idade. Uma vacina não empata a outra”, disse.

O PÚBLICO tentou contactar a DGS para saber qual o prazo previsto para ter todo o grupo etário mais avançado com a dose de reforço tomada, mas não obteve resposta até ao momento.

Notícia actualizada às 19h29 com as informações enviadas em comunicado pela Direcção-Geral da Saúde.

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