BE quer impedir despedimentos em empresas com lucros em 2022

Bloquistas entregam esta segunda-feira iniciativa no Parlamento.

Foto
Catarina Martins quer saber como é que Governo permitiu a "substituição ilegal" de trabalhadores na Altice LUSA/TIAGO PETINGA

A coordenadora do BE, Catarina Martins, anunciou que a bancada vai entregar esta segunda-feira uma iniciativa que pretende impedir despedimentos em empresas com resultados positivos durante o ano de 2022. A intenção de avançar com esta moratória já tinha sido revelada por Catarina Martins, no passado sábado, após uma reunião da mesa nacional do partido.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

A coordenadora do BE, Catarina Martins, anunciou que a bancada vai entregar esta segunda-feira uma iniciativa que pretende impedir despedimentos em empresas com resultados positivos durante o ano de 2022. A intenção de avançar com esta moratória já tinha sido revelada por Catarina Martins, no passado sábado, após uma reunião da mesa nacional do partido.

“Entregaremos hoje uma proposta que impede as empresas com resultados positivos de despedirem durante a pandemia, durante o ano de 2022”, afirmou esta segunda-feira após uma reunião com os trabalhadores da Altice, justificando a proposta com a ideia de que o próximo ano a economia ainda não está recuperada.

Catarina Martins revelou ainda que o Bloco vai “exigir explicações ao Governo” por não ter “colocado nenhum obstáculo” à substituição “ilegal” de trabalhadores da Altice, apesar de ser uma empresa privada. A dirigente bloquista condenou a substituição de trabalhadores que ganhavam 1.700 euros por outros que auferem o salário mínimo. A Altice tem em curso um processo de despedimento colectivo, que abrange 204 trabalhadores.

Questionada sobre a informação de que o Governo não apresentou proposta sobre aumentos salariais gerais para os funcionários públicos no próximo ano, a coordenadora bloquista foi lacónica: “O que conheço é essa realidade”.

Numa resolução aprovada no passado sábado pela mesa nacional, a legislação laboral foi reiterada como uma das prioridades do partido no âmbito do próximo Orçamento do Estado. “É preciso acabar com as leis da troika”, reafirmou Catarina Martins. O Orçamento do Estado para 2022 terá de ser entregue pelo Governo no Parlamento até à próxima segunda-feira, 11 de Outubro.