Recorde de dormidas de portugueses não evita queda em Agosto face ao pré-covid

Mercado interno atingiu o valor mensal mais elevado de dormidas desde que há registos oficiais, com 4,2 milhões, mas apesar da recuperação face a Agosto do ano passado ainda há menos turistas quando comparado com os valores de 2019.

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Duarte Drago

Os alojamentos turísticos tiveram uma forte subida de hóspedes e dormidas em Agosto, com mais 35,6% e 47,6%, respectivamente, face ao mesmo período de 2020, mas nem o facto de o mercado interno ter atingido o valor mensal mais elevado de dormidas desde que há registos oficiais, com 4,2 milhões, evitou nova queda face ao período pré-pandemia devido à ausência de muitos turistas estrangeiros.

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Os alojamentos turísticos tiveram uma forte subida de hóspedes e dormidas em Agosto, com mais 35,6% e 47,6%, respectivamente, face ao mesmo período de 2020, mas nem o facto de o mercado interno ter atingido o valor mensal mais elevado de dormidas desde que há registos oficiais, com 4,2 milhões, evitou nova queda face ao período pré-pandemia devido à ausência de muitos turistas estrangeiros.

De acordo com os dados divulgados esta quinta-feira pela estimativa rápida do INE, o sector do alojamento turístico registou 2,5 milhões de hóspedes, dos quais 1,5 milhões foram nacionais e um milhão estrangeiros, e 7,5 milhões de dormidas, das quais 4,2 milhões foram de nacionais e 3,3 milhões de estrangeiros.

Olhando para Agosto de 2019, ano que se bateram novos recordes, registaram-se 3,1 milhões de hóspedes, dos quais 1,25 milhões foram residentes e 1,85 milhões foram estrangeiros. As dormidas chegaram aos 9,3 milhões, dos quais seis milhões de estrangeiros. Para já, ainda não são conhecidos os valores das receitas de alojamento de Agosto deste ano.

Apesar da diferença negativa daquele que é o mês mais importante para o sector face a 2019, o passado mês de Agosto não deixou de ser mais uma nota positiva da recuperação económica, sentida em todas as regiões. De acordo com os dados do INE, no período acumulado dos primeiros oito meses deste ano, apenas a Área Metropolitana de Lisboa continua com uma diferença negativa, de 12%, face a 2020 (que contempla dois meses sem efeitos da pandemia, além de parte de Março).

Segundo o INE, o mercado espanhol foi o que representou a maior fatia das dormidas de não residentes, com 20,9% do total de dormidas, seguindo-se o francês com 17,7% e o britânico - que costuma estar na liderança – com 14,4%. O INE dá ainda conta de que, os primeiros oito meses “registaram-se crescimentos nos mercados polaco (+147,9%), belga (+56,4%), suíço (+49,7%), irlandês (+40,1%), francês (+26,3%) e espanhol (+9,6%), enquanto os restantes principais mercados registaram decréscimo”.

No caso de Agosto, e num sinal de que a actual conjuntura ainda está algo distante do que era habitual nos últimos anos, houve 16,5% dos estabelecimentos de alojamento turístico que estiveram encerrados ou não registaram movimento de hóspedes nesse mês.