Guia de literatura: 10 clássicos que tem de ter na sua estante

Não sabe por onde começar a explorar os clássicos? Nada tema. Fizemos esse trabalho por si e reunimos os livros que todos devemos ler, pelo menos, uma vez na vida.

Foto
Pexels

No próximo serão, antes de ligar a televisão, lembre-se: a leitura estimula a criatividade, aumenta o vocabulário, exercita a memória — sem esquecer as noites de sono mais saudáveis e o impacto na saúde mental. Afinal, os livros transportam-nos para outros universos, despertam o pensamento crítico e fazem-nos questionar. Mas interessa saber escolher. A oferta é vasta e, por isso, é natural que surja a questão: por onde começar?

Temos a resposta para si: pelas obras que são imunes à passagem do tempo, que não perdem a actualidade, por mais que os anos corram. Foi nisso mesmo que a FNAC pensou: de forma a fomentar a leitura, acaba de lançar um Guia de Literatura — que pode encontrar em todas as lojas — onde encontra uma centena de livros que todos devemos ler, pelo menos, uma vez na vida. Um verdadeiro repertório de must-reads — ou um book to basics — que o ajudará nesta jornada de leitura, que começa Antes de Cristo e termina nos dias de hoje.

Curioso? Dos romances às distopias, de Jane Austen a Milan Kundera, do século XIX ao século XX, adiantamos-lhe dez obras que fazem parte do Guia de Literatura FNAC.

Orgulho e Preconceito, Jane Austen

A sociedade inglesa e rural dos tempos da Jane Austen (1775-1815) servem de pano de fundo para “Orgulho e Preconceito”, o romance mais icónico da autora, que começou a sua carreira literária com “Sensibilidade e Bom Senso”. Uma história de amor e uma comédia social, com muita ironia à mistura, que coloca no centro da narrativa Elizabeth Bennet, um espírito livre de uma família rural, e Mr. Darcy, um aristocrata altivo.

Frankenstein, Mary Shelley

É impossível não conhecer esta história: um estudante de ciências, obcecado em descobrir a origem da vida, quer animar matéria inerte e cria um novo ser humano, a partir de partes de corpo roubadas. Mas o resultado da concretização da sua maior missão horroriza-o e, como resultado, a criatura que nasce da sua experiência, sozinha, abandonada e outrora inocente, vira-se para o mal e quer vingar-se do seu criador. Falamos, claro, de “Frankenstein”, da autora britânica Mary Shelly (1797 - 1851), que, numa época marcada por grandes avanços na engenharia genética, mistura romance e ficção científica, deixando várias questões: o que significa ser humano e até onde pode a humanidade ir na manipulação da natureza?

Moby Dick, Herman Melville

O clássico do século XIX, de Herman Melville, narra a história de Ishmael, do Capitão Ahba, de Starbuck, mas, acima de tudo, de Moby Dick, uma incrível baleia branca que, mesmo depois de perseguida e ferida, consegue destruir os baleeiros responsáveis por estas acções. Uma história inspirada no naufrágio do navio Essex, causado pela perseguição de uma baleia, e ainda em Mocha Dick, uma baleia que foi morta enquanto se defendia da perseguição humana, em 1830, na ilha chilena de Mocha.

O Estrangeiro, Albert Camus

O primeiro romance do autor francês Albert Camus, publicado em 1942, acompanha Meursault, um funcionário de escritório, que com apatia e indiferença recebe a notícia da morte da mãe. Envolvida numa teia de acontecimentos absurdos, desconcertantes e estranhos, que misturam paixão e assassinato, esta é história sobre o destino e o sentido da existência, traduzida em mais de quarenta línguas.

1984, George Orwell

O terror político tomou conta do mundo: uma sociedade de regime totalitário, onde o pensamento crítico, a liberdade de expressão e a individualidade são banidos em prol de um sistema toldado pelo controle, pelo terror e pela uniformização. É esta a premissa de “Mil Novecentos e Oitenta e Quatro”, o famoso romance distópico da autoria do britânico George Orwell (1903 - 1950), um clássico da literatura do século XX.

O Deus das Moscas, William Golding

O romance de William Golding, vencedor do Prémio Nobel da Literatura em 1983, fala sobre a tentativa de auto-governação de um grupo de rapazes que, depois de o avião onde seguiam despenhar-se, ficam presos numa ilha deserta. Aquilo que começa como uma união de forças pela sobrevivência e como fruição de uma nova liberdade, dá lugar aos mais primitivos instintos na origem da sensação destrutiva de poder.

O Senhor dos Anéis (tomo 1) - A Irmandade do Anel, J R R Tolkien

A trilogia O Senhor dos Anéis, do professor e filólogo britânico J. R. R. Tolkien, lançado em 1954, já deu origem a filmes, verdadeiros sucessos de bilheteira. O objecto central da narrativa é um anel com poderes perversos, que tem de ser destruído. A missão leva à formação de uma Sociedade, que tem como objectivo chegar à Montanha da Perdição, onde o objectivo deverá ser cumprido.

Mataram a Cotovia, Harper Lee

Durante a Grande Depressão, algo acontece em Maycomb, pequena cidade (imaginária) do Alabama: Tom Robinson, um dos seus habitantes negros, é acusado de violar uma mulher branca. Atticus, pai de Jem e de Scout, é um advogado que segue à risca as suas convicções, passando os mesmos princípios morais aos filhos. Aceita defender o homem, exaltando a histeria colectiva da cidade, que se vira contra ambos. Obra de Harper Lee, vencedora do Prémio Pulitzer, em 1961.

A Insustentável Leveza do Ser, Milan Kundera

Um dos mais relevantes romances do século XX, um clássico da literatura contemporânea. A história da autoria de Milan Kundera decorre em Praga, em 1968, e tem como personagem principal Tomas, um cirurgião que procura a chave para alcançar a felicidade e a liberdade sexual. Melancólica, revoltada, conformada e existencialista, a obra coloca no centro da acção a invasão soviética à capital da República Chega, na revolução que ficou conhecida como a “Primavera de Praga”.

Ensaio sobre a cegueira, José Saramago

E, de repente, a população de uma cidade é vítima de uma epidemia que deixa os seus habitantes cegos. O caos instala-se e as estruturas sociais colapsam.​​ “São 300 páginas de constante aflição. Através da escrita, tentei dizer que não somos bons e que é preciso que tenhamos coragem para reconhecer isso”, disse o autor José Saramago, vencedor do Nobel da Literatura, em 1998, a propósito da obra “Ensaio Sobre a Cegueira”. Uma história que prova o engenho daquele que é um dos maiores autores portugueses do século XX de semear o espírito reflexivo no leitor através da crítica social e de enredos altamente criativos.

Desfrute da leitura com estas e outras sugestões do Guia de Literatura FNAC.

Advertisement

Sugerir correcção
Comentar