EUA comprometem-se a tomar medidas concretas para resolver diferenças com França
A França tinha um contrato para a entrega à Austrália de 12 submarinos com propulsão convencional no valor de 56 mil milhões de euros, que foi cancelado por Camberra, que comprou posteriormente os submergíveis aos Estados Unidos.
Os Estados Unidos continuam a tentar resolver as diferenças com a França na sequência da crise dos submarinos, com o secretário de Estado a admitir que Washington terá de tomar medidas concretas para reconquistar a confiança do seu parceiro.
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Os Estados Unidos continuam a tentar resolver as diferenças com a França na sequência da crise dos submarinos, com o secretário de Estado a admitir que Washington terá de tomar medidas concretas para reconquistar a confiança do seu parceiro.
“Reconhecemos que vai levar tempo, trabalho árduo e que será demonstrado não apenas em palavras, mas em actos”, disse Antony Blinken, numa conferência de imprensa em Nova Iorque, onde algumas horas antes se tinha encontrado com o seu homólogo francês, Jean-Yves Le Drian.
O chefe da diplomacia norte-americana concordou assim com Le Drian que, após a reunião, tinha salientado numa declaração que a superação da actual crise diplomática exigirá tempo e acções por parte de Washington, apesar dos primeiros passos de desanuviamento alcançados com o apelo realizado na quarta-feira entre os presidentes dos dois países.
Entre outras coisas, as duas partes concordaram com o regresso aos Estados Unidos do embaixador francês, que foi chamado para consultas na semana passada juntamente com o representante diplomático francês na Austrália após este último ter cancelado um contrato lucrativo com a França, no valor total de 56 mil milhões de euros, para a construção de doze submarinos.
Falando aos jornalistas, Blinken foi incansável nos seus elogios à França, destacando a sua liderança no reforço da defesa europeia, na nova estratégia da UE na região Indo-Pacífico e na luta contra o terrorismo no Sahel.
Em todas estas áreas, insistiu, os Estados Unidos estão interessados em aumentar a cooperação e procurarão fazê-lo no âmbito do processo de consultas reforçadas que os presidentes, Joe Biden e Emmanuel Macron, acordaram.
“Estamos a trabalhar (...) numa série de questões, de uma forma muito prática, para aprofundar a cooperação e coordenação entre os nossos países, que desde há muitos anos tem sido incrivelmente forte. Mas podemos fazer mais e podemos fazer melhor”, disse.
A crise entre os dois países deve-se ao facto de os Estados Unidos, Reino Unido e Austrália terem assinado o pacto AUKUS (iniciais em inglês dos três países anglo-saxónicos), que visa reforçar a cooperação trilateral em tecnologias avançadas de defesa, como a Inteligência Artificial, sistemas submarinos e vigilância a longa distância.
A França tinha um contrato para a entrega à Austrália de 12 submarinos com propulsão convencional no valor de 56 mil milhões de euros, que foi cancelado por Camberra, que comprou posteriormente os submergíveis aos Estados Unidos.