Demasiados cartões, demasiadas faltas e poucos golos

Sporting e FC Porto empatam no “clássico” em Alvalade e deixam Benfica mais tranquilo na frente. Nuno Santos e Luis Díaz marcaram, Diogo Costa encheu a baliza.

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EPA/RODRIGO ANTUNES

Mais intenso do que bem jogado, mais quezilento do que espectacular, com 40 faltas e 13 cartões mostrados (12 amarelos e um vermelho). Foi assim o “clássico” deste sábado, em Alvalade, entre Sporting e FC Porto, que nenhum deles conseguiu ganhar. Resultou num empate (1-1) que não serviu a nenhum deles, mas que serviu ao Benfica, que continua um líder perfeito à 5.ª jornada, agora com quatro pontos de vantagem sobre os rivais. Nuno Santos deu corpo à superioridade do campeão na primeira parte, mas Diogo Costa encheu a baliza e manteve os portistas na luta o tempo suficiente para Luis Díaz fazer o empate num momento de magia.

Tudo o que se disse antes do “clássico”, as lesões, os quilómetros feitos, os minutos a mais, tudo isso era prólogo. Nada disso seria importante ou justificação de Rúben Amorim e Sérgio Conceição para alguma coisa. Sporting e FC Porto iriam a jogo com as armas que tinham para marcar uma posição neste início de época, sendo que nenhum queria perder mais terreno para o Benfica, que, ao final da tarde, goleara nos Açores.

Com perfis tácticos diferentes, as duas equipas entraram a fazer a mesma coisa, a pressionar alto e a provocar o erro. E também a dar muito trabalho a Nuno Almeida, um árbitro de mão leve na hora de mostrar cartões — foram três amarelos nos primeiros quatro minutos. Os “dragões” até nem entraram mal, mas deixaram-se engolir pela calma sob pressão dos “leões”, bem mais objectivos e verticais a definir os seus ataques.

Foi assim o golo do Sporting, aos 16’. Matheus Nunes fez um passe longo para a direita, na direcção de Pedro Porro, o espanhol cruzou rasteiropara a entrada de Nuno Santos, que fugiu a Mbemba e esticou-se para chegar à bola com a ponta do pé. Diogo Costa estava fora do lance e a bola foi direitinha para o fundo da baliza.

O Sporting iria consolidar o seu domínio do jogo na primeira parte, mas não sem antes sofrer um enorme susto. Aos 18’, Feddal cometeu um enorme disparate e deixou a bola em Otávio, que fez um cruzamento para Corona cabecear ao lado da baliza de Adán. Depois da oportunidade do mexicano, foi o Sporting a justificar mais golos, mas o acerto não foi o melhor. E o jovem guarda-redes portista, chamado a ocupar a baliza após a lesão de Marchesin, foi gigante.

Os “leões” tiveram várias jogadas prometedoras, as duas melhores com os mesmos protagonistas. Aos 31’ e aos 36’, Nuno Santos apareceu isolado na cara de Diogo Costa, mas em ambas o guardião do FC Porto defendeu para canto. Sérgio Conceição não gostava nada do que estava a ver e, antes do intervalo, fez duas mudanças: entraram Manafá e Sérgio Oliveira para os lugares de Marcano e Bruno Costa, já amarelados.

As defesas de Diogo Costa mantiveram o FC Porto vivo no jogo durante a primeira parte, e, na segunda, os “dragões” conseguiram equilibrar as operações. Amorim promoveu a estreia de Pablo Sarabia na equipa (entrou aos 61’), mas quem marcou foi o FC Porto dez minutos depois.

Corona fez uma variação de flanco da direita para a esquerda, onde estava Luis Díaz para receber. Quarenta e oito horas depois de ter marcado pela selecção do seu país, o colombiano captou a bola com o pé direito, manobrou na frente dos centrais do Sporting e arrancou um tremendo pontapé ao segundo poste.

Paulinho ainda teve uma meia hipótese aos 74’, após um cruzamento em esforço de Sarabia, mas Diogo Costa voltou a ser enorme. O FC Porto estava por cima, mas ficou a jogar com dez nos últimos minutos — Toni Martinez viu dois amarelos quase seguidos —, só que os “leões” não conseguiram tirar proveito da superioridade numérica e o empate subsistiu.

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