Ao quarto dia perdido no mato, menino australiano de três anos foi encontrado vivo

O menino, que é autista e não fala, estava desaparecido desde sexta-feira e participaram nas buscas mais de 385 pessoas que percorreram o terreno acidentado, com desfiladeiros, penhascos e mato.

Fotogaleria

E ao quarto dia de buscas, na segunda-feira, Anthony Elfalak, um menino de três anos, conhecido por AJ, foi encontrado na propriedade da família, que fica perto de Putty, em Nova Gales do Sul, na Austrália, a cerca de 115 quilómetros de Sydney. Recorde-se que em Junho foi notícia o desaparecimento de Noah, um menino de dois anos, que esteve desaparecido 35 horas, na zona de Proença-a-Velha e foi encontrado desidratado e com pequenas escoriações.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

E ao quarto dia de buscas, na segunda-feira, Anthony Elfalak, um menino de três anos, conhecido por AJ, foi encontrado na propriedade da família, que fica perto de Putty, em Nova Gales do Sul, na Austrália, a cerca de 115 quilómetros de Sydney. Recorde-se que em Junho foi notícia o desaparecimento de Noah, um menino de dois anos, que esteve desaparecido 35 horas, na zona de Proença-a-Velha e foi encontrado desidratado e com pequenas escoriações.

O menino australiano, que é autista e não fala, estava desaparecido desde sexta-feira e participaram nas buscas mais de 385 pessoas que percorreram o terreno acidentado, com desfiladeiros, penhascos e mato. O terreno apresenta vários perigos como cavernas naturais, árvores caídas e tocas de vombates, um marsupial com um metro de comprimento e o único animal conhecido cujas fezes são em formato de cubo. 

O pai de AJ, Anthony, disse que, provavelmente, a criança saiu de casa, que fica numa propriedade com cerca de 280 hectares, e não soube regressar. A última pessoa a vê-lo foi o irmão Michael, em casa, por volta das 11h45. A mãe de AJ, Kelly, disse aos jornalistas estar convicta de que o menino tinha sido raptado. Também um amigo da família sustentou essa tese ao declarar que tinha visto um veículo branco entrar na propriedade, na sexta-feira. A polícia não descartou essa hipótese e, ao mesmo tempo que as buscas decorriam também foi investigada a possibilidade de rapto.

Entretanto, à medida que os dias iam passando, as equipas de buscas iam perdendo a esperança de encontrar o menino vivo. “Algumas das buscas que fizemos não tiveram bons resultados e estávamos a chegar a uma linha do tempo em que a esperança começa a desaparecer”, declarou Kevin Drake, piloto de helicóptero. Mas, às 11h30 do quarto dia de buscas, o profissional avistou movimento no solo e viu AJ sentado numa poça, num riacho, a beber água que apanhava com as mãos. O menino estava a pouco mais de 500 metros de casa. “Na verdade, não queria acreditar”, confessou Drake. “Foi uma sensação muito boa.”

Kevin Drake explica que as buscas foram mais difíceis porque a criança não fala e gritar por ela “não era uma opção”. AJ foi encontrado em boas condições de saúde, informou Gerry Pyke, um paramédico que examinou o menino após ter sido encontrado. A criança tinha arranhões e cortes na parte inferior das pernas e uma erupção na fralda, acrescentou. O pai de AJ acrescentou que o menino tinha picadas de formigas. Fora isso, a condição de AJ era “notável”, resumiu Pyke.

“Se ele tivesse acesso à água, sempre conseguiria sobreviver por um longo período de tempo, pois a desidratação seria o maior problema”, revelou a superintendente da polícia de Nova Gales do Sul, Tracy Chapman, em conferência de imprensa, acrescentando que a polícia estava agora a investigar o que terá acontecido durante aqueles três dias.

Depois de os pilotos do helicóptero terem avistado AJ do ar, duas pessoas da equipa de buscas seguiram as indicações dadas mas passaram pelo menino sem o encontrar. Foi preciso um terceiro homem para salvar a criança. O homem gritou, o menino não respondeu, informou Simon Merrick, inspector-chefe do Serviço de Emergência Estadual. O homem foi ao encontro do menino, tocou-lhe no ombro e AJ virou-se de imediato com um “enorme sorriso no rosto, que ele não esquecerá”, conclui.


Um exclusivo PÚBLICO/The Washington Post