A ligação do Rijksmuseum à escravatura está agora à vista de todos (e Portugal não escapa a esta história)

Escravatura, a grande exposição que até 29 de Agosto pode ser visitada no principal museu holandês, mostra, através da história de dez personagens, como o sistema colonial de exploração humana influenciou a vida económica, social e cultural dos Países Baixos, do século XVII aos dias de hoje. Só foi preciso olhar melhor para o espólio — onde se descobriu, sem surpresas, um capítulo português...

Foto
La Bouche du Roi (1997-2005), instalação de Romuald Hazoumè, reconstitui com bidões de gasolina o contorno de um navio negreiro rijksmuseum

João Mina nunca deve ter falado holandês na vida: foram os portugueses, pelos quais foi levado no século XVII do Forte de Elmina, na costa africana onde hoje é o Gana, que lhe deram tal nome e fizeram dele um escravo nas plantações de açúcar do Nordeste do Brasil. Mas são as suas próprias palavras, tal como foram então traduzidas pelos oficiais da Companhia das Índias Ocidentais, que 400 anos depois o transformam num dos protagonistas da grande exposição que o Rijksmuseum de Amesterdão dedica à Escravatura.

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João Mina nunca deve ter falado holandês na vida: foram os portugueses, pelos quais foi levado no século XVII do Forte de Elmina, na costa africana onde hoje é o Gana, que lhe deram tal nome e fizeram dele um escravo nas plantações de açúcar do Nordeste do Brasil. Mas são as suas próprias palavras, tal como foram então traduzidas pelos oficiais da Companhia das Índias Ocidentais, que 400 anos depois o transformam num dos protagonistas da grande exposição que o Rijksmuseum de Amesterdão dedica à Escravatura.