Morreu Bob Moses, líder do movimento dos direitos civis na América nos anos 60

Bob Moses foi um líder do movimento dos direitos civis, e mais tarde tornou-se um defensor do sucesso dos afro-americanos na matemática. Morreu este domingo aos 86 anos.

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Bob Moses “era um estrategista no centro do movimento pelo direito ao voto e além. Ele era um gigante” Bruce Glikas/FilmMagic/Getty

O activista Bob Moses morreu este domingo aos 86 anos, disse a Associação Nacional para o Progresso de Pessoas de Cor (NAACP). Foi um líder do movimento dos direitos civis, tendo participado em algumas das campanhas mais significativas pela igualdade no Deep South dos Estados Unidos na década de 1960, e mais tarde tornou-se um defensor do sucesso dos afro-americanos na matemática.

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O activista Bob Moses morreu este domingo aos 86 anos, disse a Associação Nacional para o Progresso de Pessoas de Cor (NAACP). Foi um líder do movimento dos direitos civis, tendo participado em algumas das campanhas mais significativas pela igualdade no Deep South dos Estados Unidos na década de 1960, e mais tarde tornou-se um defensor do sucesso dos afro-americanos na matemática.

Moses é o mais recente líder afro-americano daquela época a morrer no último ano, incluindo John Lewis, Vernon Jordan, C.T. Vivian, Charles Evers e Gloria Richardson. Morreu na sua casa em Hollywood, na Florida, informouNew York Times, citando a filha Maisha Moses.

“Ele era um estrategista no centro do movimento pelo direito ao voto e além. Ele era um gigante”, escreveu Derrick Johnson, presidente do NAACP, no Twitter.

Criado no bairro do Harlem, em Nova Iorque, Moses ensinava matemática no ensino secundário na cidade quando, em 1960, viajou para o Mississípi à procura de pessoas para assistir a uma conferência do Comité de Coordenação de Estudantes Não Violentos (SNCC), de acordo com o SNCC Digital Gateway, um site afiliado à Universidade de Duke, que regista a história da organização.

Moses ajudou a colocar a promoção do recenseamento eleitoral na agenda do SNCC, e passou a participar em muitas das lutas na linha da frente no Sul, que muitas vezes encontraram resistência violenta. As suas viagens ao Sul despertaram-no para a violação dos direitos civis dos afro-americanos, quando ainda não tinham direitos iguais perante a lei.

“Aprendi sobre a negação do direito de voto por detrás da Cortina de Ferro na Europa; nunca soube que havia negação do direito de voto por detrás de uma Cortina de Algodão aqui nos Estados Unidos”, disse Moses.