Tudo num só nome: Vasco, sem heterónimos

Em Vasco (1935-2021) a agitação, o “tout bouge” do Maio francês, andava sempre por perto, fosse no pós-25 Abril ou nos seus impiedosos traços ao longo de décadas.

Há Vascos e Vascos. Este era único. Não só pelo inconfundível traço, mas também por tudo o que, expresso no papel onde desenhava, emergia como parte da sua vida. Quando ele entrou na aventura do PÚBLICO, logo na fundação e a convite de Vicente Jorge Silva, já trazia um longo historial de desenhos, caricaturas e sátiras. E textos, que ele usava como extensão do desenho, ou o desenho como extensão da palavra – veja-se o álbum foto/maton (Moraes, 1986), onde Vasco compilou 36 retratos escritos (“conversas havidas entre 82 e 83”, escreveu no prefácio) e alguns retratos desenhados, como os de Vergílio Ferreira, Júlio Pomar, Lobo Antunes, Lídia Jorge, João Botelho, Raul Solnado ou Júlio Isidro. Retratos vivos, que ele desenhava também com palavras.

Os leitores são a força e a vida do jornal

O contributo do PÚBLICO para a vida democrática e cívica do país reside na força da relação que estabelece com os seus leitores.Para continuar a ler este artigo assine o PÚBLICO.Ligue - nos através do 808 200 095 ou envie-nos um email para assinaturas.online@publico.pt.
Sugerir correcção
Comentar