Carta aberta ao ministro da Ciência: tire as mãos das minhas aulas

Nunca nenhum governante tido ido tão longe no propósito de colonizar o campo académico e científico. Senhor ministro: enquanto for professor, nos meus programas mando eu, em articulação com o conselho científico da minha instituição.

Quando julgávamos que tínhamos ultrapassado o auge da investida neoliberal face à Universidade, numa altura em que até o status quo das políticas científicas europeias acentua a importância de ajustarmos os modelos de avaliação (evitando a mera contabilização acrítica de “produtos”), a centralidade da “ciência cidadã”, a relevância de envolveremos vastos atores e movimentos sociais numa cultura científica abrangente ou mesmo a importância dos processos de cocriação, eis que algumas instituições de “vanguarda” assumem a revolução, tendo como grande timoneiro o ministro da Ciência e do Ensino Superior, a quem me dirijo.

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Quando julgávamos que tínhamos ultrapassado o auge da investida neoliberal face à Universidade, numa altura em que até o status quo das políticas científicas europeias acentua a importância de ajustarmos os modelos de avaliação (evitando a mera contabilização acrítica de “produtos”), a centralidade da “ciência cidadã”, a relevância de envolveremos vastos atores e movimentos sociais numa cultura científica abrangente ou mesmo a importância dos processos de cocriação, eis que algumas instituições de “vanguarda” assumem a revolução, tendo como grande timoneiro o ministro da Ciência e do Ensino Superior, a quem me dirijo.