Armada russa dispara tiros de aviso em incidente com navio britânico no mar Negro

Contratorpedeiro britânico terá entrado em águas territoriais da Rússia a sul da Crimeia. Reino Unido nega que disparos tenham sido contra o navio HMS Defender.

Foto
O navio de guerra HMS Defender no porto de Odessa SERGEY SMOLENTSEV/Reuters

As forças da Marinha russa destacadas no mar Negro dispararam esta quarta-feira tiros de advertência contra um contratorpedeiro britânico que terá entrado em águas territoriais russas a sul da península ucraniana da Crimeia, divulgou a defesa russa.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

As forças da Marinha russa destacadas no mar Negro dispararam esta quarta-feira tiros de advertência contra um contratorpedeiro britânico que terá entrado em águas territoriais russas a sul da península ucraniana da Crimeia, divulgou a defesa russa.

“O contratorpedeiro foi avisado com antecedência sobre o possível uso de armas em caso de violação da fronteira estatal da Rússia. Não reagiu ao aviso”, alegou o Ministério da Defesa russo, citado pela agência Interfax, informando que um avião Su-24 e um “navio de patrulha fronteiriça” dispararam “tiros de advertência”.

Após os disparos, o navio de guerra britânico deixou a área e o incidente não teve mais desenvolvimentos.

Segundo a informação disponibilizada pelo ministério russo, um navio de patrulha da armada russa efectuou os primeiros dois disparos de aviso e poucos minutos depois o aparelho Su-24M lançou quatro bombas OFAB-250 numa área em frente ao navio de guerra britânico.

“Às 12h 23 locais (10h 23 hora de Lisboa), as acções conjuntas da frota do mar Negro e das tropas da guarda fronteiriça acabaram com a violação da fronteira estatal russa pelo contratorpedeiro HMS Defender, que se retirou das águas territoriais russas”, acrescentou o ministério russo.

Na sequência deste incidente, o Ministério da Defesa russo convocou o adido militar da embaixada do Reino Unido na Rússia.

O Reino Unido negou, entretanto, que os disparos da Marinha russa tivessem como alvo o HMS Defender. “Não foram efectuados quaisquer disparos contra o nosso navio”, afirmou o ministro britânico da Defesa, Ben Wallace, citado pelo Guardian, acrescentando que o contratorpedeiro “estava a efectuar uma passagem de rotina de Odessa para a Geórgia, utilizando um corredor de tráfego marítimo internacionalmente reconhecido”.

O incidente relatado por Moscovo ocorreu perto do Cabo Fiolent, a sul da península ucraniana da Crimeia, território anexado pela Rússia em 2014, numa acção fortemente condenada pelo Ocidente.

No passado dia 14 de Junho, Moscovo informou que a Marinha russa tinha iniciado a monitorização dos movimentos do contratorpedeiro britânico Defender e da fragata Everton da Armada holandesa, após a respectiva entrada nas águas do mar Negro.