UTAD junta-se a projecto europeu para promover o surf adaptado

Dois investigadores da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro vão integrar o projecto INCLUSEA, que luta pela “inclusão social de pessoas com deficiência através da prática do surf e do usufruto sustentável dos serviços de saúde dos ecossistemas costeiros”.

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Nuno Ferreira Monteiro

Investigadores da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) integram o projecto europeu INCLUSEA, que quer promover o surf adaptado para pessoas com deficiências motoras e/ou sensoriais, anunciou esta segunda-feira, 21 de Junho, a academia sediada em Vila Real.

“O objectivo é promover a saúde, o bem-estar e a inclusão social de pessoas com deficiência através da prática do surf e do usufruto sustentável dos serviços de saúde dos ecossistemas costeiros”, afirmou Ronaldo Gabriel, docente do Departamento de Ciências do Desporto, Exercício e Saúde da UTAD.

Ronaldo Gabriel e Helena Moreira, também investigadora da academia transmontana, estão a participar, conjuntamente com mais seis instituições europeias, no projecto INCLUSEA, que visa “promover a igualdade de oportunidades na prática do surf, através do desenvolvimento de uma metodologia inovadora do ensino destinada a pessoas com deficiências motoras e ou sensoriais”.

Os investigadores da UTAD estão já a trabalhar com a equipa do Surf Clube de Viana (SCV), liderada por João Zamith, na compilação do conhecimento científico e das boas práticas actualmente disponíveis. Estão ainda a apoiar a campeã europeia de surf adaptado, Marta Paço, com deficiência visual, e o seu treinador, Tiago Prieto, também estudante do mestrado em Ciências de Desporto na UTAD.

A UTAD explicou, em comunicado, que o INCLUSEA é promovido por um consórcio europeu de sete organizações de cinco países, co-financiado pelo Erasmus + Sport e pretende “avaliar, desenvolver e co-criar orientações das práticas de ensino do surf para serem adoptadas por instrutores em programas da modalidade ou de terapia de surf, com vista a estabelecer um padrão comum europeu e internacional”.

Neste âmbito, o consórcio pretende comprovar e avaliar as melhores práticas e métodos de ensino para ajudar os participantes a alcançarem as aprendizagens e as aptidões necessárias para desfrutar do surf a todos os níveis, com garantias de segurança, promoção e sustentabilidade.

O projecto é liderado pela Sociedade Regional de Educação, Cultura e Desporto do Governo da Cantábria, em parceria com a Câmara Municipal de Ribamontán al Mar, em Espanha, o Surf Clube de Viana, a UTAD, única universidade portuguesa envolvida, a Associacion Nacionale Handi Surf, em França, a empresa Liquid Therapy Foundation, na Irlanda, e o Deustcher Wellenreitverband EV, na Alemanha.

Segundo a informação da UTAD, “na União Europeia cerca de 120 milhões de pessoas são com deficiência, equivalente a cerca de 15% da população, pelo que a contribuição do desporto e da actividade física para a melhoria da saúde e da qualidade de vida das pessoas com deficiência é amplamente reconhecida”.

Existe ainda a evidência, de acordo com a universidade, de que o surf oferece “experiências sensoriais ricas e complexas que estimulam todo o organismo, reflectidas na melhoria da aptidão física e em benefícios psicológicos e sociais, numa ligação mais afectiva com o ambiente natural”.

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