Covid-19. Lisboa e Braga não avançam no desconfinamento

Ambos os concelhos registaram valores de incidência acima dos desejados ao longo de duas semanas consecutivas e, por isso, vão manter-se no mesmo nível de desconfinamento, não avançando com o resto do país.

Governo anuncia que concelhos avançam, recuam ou travam no desconfinamento

O concelho de Lisboa e o de Braga não vão mesmo avançar no desconfinamento porque ambos estiveram duas semanas acima dos indicadores máximos de incidência da matriz de risco. A notícia foi confirmada esta quarta-feira, na conferência de imprensa na sequência do Conselho de Ministros por Mariana Vieira da Silva. Também o concelho de Vale de Cambra fica retido na fase actual. Já Odemira avança um degrau no plano de desconfinamento e vai ficar com as mesmas regras de Lisboa, Braga e Vale de Cambra. Todos os restantes passam para a próxima fase do plano de desconfinamento.

Fernando Medina já tinha revelado, na terça-feira à noite, que a capital não iria desconfinar ao mesmo passo do que o resto do país. A incidência mantém-se demasiado elevada no concelho, com 181 casos por cada cem mil habitantes ao longo dos últimos 14 dias — acima do limite de 120 novos casos imposto pela matriz de risco.

Também o secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales, afirmou que tanto Lisboa quanto Braga não vão avançar no desconfinamento: “Não vão avançar, não vão recuar. Vão manter-se na situação em que estão”. O secretário de Estado falou aos jornalistas no final de uma visita ao hospital de Braga.

Por outro lado, o presidente da câmara bracarense, Ricardo Rio, já esperava estas notícias, face ao número de casos de infecção registados nas últimas semanas. De acordo com os últimos números, há mais de 170 casos por cada cem mil habitantes. “Nenhuma surpresa [no não avanço do desconfinamento]. Braga já estava a registar um número de ocorrências que nos punha acima deste patamar de forma sustentada”, afirmou, citado pela agência Lusa.

Incidência em Lisboa é maior nas “camadas mais jovens"

A situação da área de Lisboa e Vale do Tejo é “preocupante”, sublinhou a ministra de Estado e da Presidência, Mariana Vieira da Silva, explicando que os números cresceram e há maior abrangência geográfica. A incidência é maior nas camadas mais jovens, não vacinadas e muitos dos casos estão associados a surtos. “É importante continuar a aumentar a testagem”, apelou a governante, que lamentou: “Estamos a ter dificuldades em reduzir os casos”. 

Sobre os internamentos nesta região do país, “há sinais de um maior número de internamentos”, “ainda que distantes da situação de pressão já vivida”. No entanto, o “momento de crescimento" demonstra que é necessário cumprir as regras.

Já em Odemira, que não tem acompanhado o desconfinamento do resto do país, é a “grande flutuação populacional” que pode explicar os números, de acordo com Mariana Vieira da Silva. O esforço de testagem continua e alguns destes crescimentos têm origem em surtos identificados.

Há dez concelhos em situação de alerta 

Além dos concelhos que vão travar no desconfinamento, Mariana Vieira da Silva deu ainda conta de que há dez concelhos em alerta. São eles: Albufeira, Alcanena, Arruda dos Vinhos, Cascais, Loulé, Paredes de Coura, Santarém, Sertã, Sesimbra e Sintra. “Acrescem como fonte de preocupação aos quatro concelhos que não vão avançar no desconfinamento”, disse a governante. 

Tal como na semana passada, não há qualquer registo de concelhos com mais de 240 ou 480 casos por cada cem mil habitantes, o que quer dizer que não haverá concelhos a regredir na próxima semana. 

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