Politólogo foge da Bielorrússia depois de ser nomeado em entrevista de jornalista preso
Artyom Shraibman ficou com medo de ser preso depois de Roman Protasevich ter referido o seu nome em entrevista aos media estatais bielorrussos.
O politólogo bielorrusso Artyon Shraibman anunciou que fugiu da Bielorrússia por medo de ser preso, depois do jornalista dissidente Roman Protasevich, detido no avião desviado pelas autoridades de Minsk, ter mencionado o seu nome numa entrevista a meios de comunicação estatais.
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O politólogo bielorrusso Artyon Shraibman anunciou que fugiu da Bielorrússia por medo de ser preso, depois do jornalista dissidente Roman Protasevich, detido no avião desviado pelas autoridades de Minsk, ter mencionado o seu nome numa entrevista a meios de comunicação estatais.
Na entrevista, difundida na quinta-feira, Protasevich confessou que trabalhava para a oposição ao Presidente Alexander Lukashenko e citou o nome de várias pessoas que também estariam envolvidas, entre elas Shraibman.
O politólogo garante que nunca foi opositor, apenas um observador e analista, mas temendo perder a liberdade, resolveu deixar o país.
Mesmo assim, Shraibman não critica Protasevich, considerando que o mesmo é um “refém” de Lukashenko.
Svetlana Tikhanouskaia, a líder da oposição, que vive no exílio na Lituânia, para onde o Protasevich viajava quando o avião em que seguia foi desviado para Minsk por falsos pretextos, descreveu a entrevista como sendo o resultado de tortura. A candidata derrotadas nas presidenciais do ano passado, cujos resultados considerados fraudulentos pela oposição incentivou movimento pró-democracia na ex-república soviética, encontrou-se no sábado, na Polónia, com familiares de Protasevich.
A partir da madrugada deste sábado, a União Europeia encerrou o seu espaço aéreo e aeroportos às linhas aéreas bielorrussas, em resposta ao desvio forçado do avião da Ryanair e à detenção de Protasevich a 23 de Maio.
No sábado, o primeiro-ministro bielorrusso, Roman Golovchenko, anunciou a intenção do Governo em avançar para os tribunais, para pedir uma indemnização pelas perdas da aviação da Bielorrússia.
“Estamos confiantes nas nossas razões e estamos preparados para defender os nossos interesses nos tribunais. Penso que poderemos conseguir uma compensação por todo o dano que nos causaram”, disse Golovchenko em entrevista ao canal Bielorrusia 1.
Minsk quer uma investigação internacional independente e objectiva do caso, em que o avião da Ryanair que ligava Atenas a Vilnius foi obrigado a uma aterragem de emergência na capital bielorrussa, segundo as autoridades locais por causa de uma ameaça de bomba.
“Afirmámo-lo na reunião do conselho da Organização de Aviação Civil Internacional (OACI). Expressámos a nossa posição, mas a OACI ainda não abriu uma investigação. Informaram-me que ainda não foi criada a comissão”, explicou o primeiro-ministro.
União Europeia, Estados Unidos e outros países ocidentais condenaram o incidente e pediram a libertação imediata de Protasevich e da namorada, Sofia Sapega. A Rússia apoia a acção do Governo bielorrusso e criticou o Ocidente pela hipocrisia, que recorreram aos mesmos meios no passado para defender a sua segurança.