Greve da função pública acaba com promessa de novos dias de luta

Frente Comum assegura que greve teve “forte adesão” e exige respostas do Governo.

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Greve terminou com culminou com a concentração de várias centenas de sindicalistas em frente ao Palácio Nacional da Ajuda, onde decorria o Conselho de Ministros LUSA/TIAGO PETINGA

A greve da administração pública causou perturbações nos serviços de atendimento ao público das autarquias e da Segurança Social, encerrou várias escolas um pouco por todo o país e paralisou a recolha de lixos nos grandes centros urbanos. O balanço foi feito ao PÚBLICO por Sebastião Santana, coordenador da Frente Comum, que encontrou nos trabalhadores do sector públicos disponibilidade para novas jornadas de luta, caso o Governo não mude de atitude.

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A greve da administração pública causou perturbações nos serviços de atendimento ao público das autarquias e da Segurança Social, encerrou várias escolas um pouco por todo o país e paralisou a recolha de lixos nos grandes centros urbanos. O balanço foi feito ao PÚBLICO por Sebastião Santana, coordenador da Frente Comum, que encontrou nos trabalhadores do sector públicos disponibilidade para novas jornadas de luta, caso o Governo não mude de atitude.

“A sensação com que saímos deste dia nacional de luta é que os trabalhadores da Administração Pública corresponderam às expectativas que tínhamos para a greve e estão dispostos para continuar a luta, assim o Governo não mude as suas políticas”, resumiu o dirigente sindical, garantindo uma “forte adesão” à greve.

“Se o Governo não alterar as suas políticas, não se sentar à mesa com os sindicatos e não iniciar um processo de negociação sério, o caminho que nós vamos prosseguir é que o dia de hoje se vai multiplicar por muitos outros dias e vai-se intensificar”, garantiu.

A greve – a primeira da administração pública desde o início da pandemia, e que deixou de fora professores e o sector da saúde – culminou com a concentração de várias centenas de sindicalistas em frente ao Palácio Nacional da Ajuda, onde se encontrava reunido o Conselho de Ministros, para exigir aumentos salariais de 90 euros, a valorização das carreiras, a revisão da Tabela Remuneratória Única, e a substituição do Sistema Integrado de Avaliação de Desempenho da Administração Pública (SIADAP).

Estas reivindicações constam da resolução aprovada por unanimidade durante a manifestação e que será entregue ao Governo.

A acção contou com a presença da secretária-geral da CGTP, Isabel Camarinha, que sublinhou a necessidade de investimento no trabalho e nos trabalhadores.

“Os trabalhadores têm os salários praticamente congelados há muitos, muitos anos, vêem as suas carreiras bloqueadas por um sistema de avaliação que não lhes permite progredir na carreira profissional, têm condições de trabalho que não são dignas, não tem os meios necessários, são poucos para as necessidades de resposta que têm de dar às populações e exigem resposta à proposta reivindicativa comum para 2021”, disse a líder sindical em declarações à Lusa.

Isabel Camarinha acusou ainda o Governo de dar um mau exemplo no que diz respeito à contratação de trabalhadores com vínculos precários.

Questionada, no final do Conselho de Ministros, acerca dos efeitos da greve, a ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva, disse não ter números acerca da adesão.

“Não tenho números da greve e não temos por hábito fazer essa comunicação”, respondeu, sublinhando que “tem sido muito claro o investimento feito nos últimos anos com reforço muito significativo de profissionais em várias áreas”.