Cadáver esquisito de um arquitecto maldito

O romancista Matthieu Garrigou-Lagrange pegou na figura do arquitecto Tomás Taveira para fazer um retrato de um homem que parece ter encenado a sua própria queda. Le Brutaliste é o romance, escrito por um francês, que em Portugal ninguém ousou fazer.

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Martim Ramos

Três verbos de acção que são traços de personalidade: “Jogar, divertir-se, ganhar”. É deste modo que, a dada altura do romance Le Brutaliste, o seu autor, o jornalista francês Matthieu Garrigou-Lagrange (Brest, 1980), descreve aquele que em tudo se assemelha a um arquitecto português, responsável por vários edifícios polémicos em Lisboa, cidade que conhece como poucos, dos bairros operários de Alcântara aos corredores do poder, aí aceite tanto quanto aí foi desprezado depois de protagonizar um dos maiores escândalos sexuais do Portugal democrático, poucos anos depois de ter inaugurado o primeiro centro comercial da capital: o complexo das Amoreiras.