O Porto e a “reconstrução” europeia

Há hoje uma feliz constelação de líderes europeus que pode dar um sentido a esta fase de transição. É uma enorme oportunidade. O Porto deu a sua contribuição.

1. Atendendo às actuais circunstâncias políticas europeias, as cimeiras do Porto correrem bastante bem. A presidência portuguesa conseguiu colocar a questão dos direitos sociais na agenda política europeia de uma forma efectiva e visível e era esse o seu objectivo primeiro. Fê-lo recorrendo a uma fórmula inédita – convocar os parceiros sociais e múltiplas organizações da sociedade civil para um debate aberto e público sobre as questões sociais e a sua importância na reconstrução económica pós-pandemia. Que ainda não sabemos exactamente o que deve ser, a não ser que não poderá ser um simples regresso ao passado. Que envolve as consequências sociais da transição verde e da transição digital – dois chavões que atravessam o discurso europeu, mas que correspondem a desafios económicos e sociais extremamente complexos. Numa palavra, a reconstrução tem de levar em conta o combate às desigualdades que a pandemia expôs, por vezes de uma forma brutal; implica um olhar diferente sobre os problemas demográficos que a velha Europa enfrenta; exige uma maior solidariedade entre os países-membros, não tanto para “igualizar” os direitos, mas para organizar as políticas económicas de forma a permitir a convergência em vez de aumentar a divergência. Afirmar a importância politica desta dimensão social significa, também, olhar para a politica económica de outra maneira

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1. Atendendo às actuais circunstâncias políticas europeias, as cimeiras do Porto correrem bastante bem. A presidência portuguesa conseguiu colocar a questão dos direitos sociais na agenda política europeia de uma forma efectiva e visível e era esse o seu objectivo primeiro. Fê-lo recorrendo a uma fórmula inédita – convocar os parceiros sociais e múltiplas organizações da sociedade civil para um debate aberto e público sobre as questões sociais e a sua importância na reconstrução económica pós-pandemia. Que ainda não sabemos exactamente o que deve ser, a não ser que não poderá ser um simples regresso ao passado. Que envolve as consequências sociais da transição verde e da transição digital – dois chavões que atravessam o discurso europeu, mas que correspondem a desafios económicos e sociais extremamente complexos. Numa palavra, a reconstrução tem de levar em conta o combate às desigualdades que a pandemia expôs, por vezes de uma forma brutal; implica um olhar diferente sobre os problemas demográficos que a velha Europa enfrenta; exige uma maior solidariedade entre os países-membros, não tanto para “igualizar” os direitos, mas para organizar as políticas económicas de forma a permitir a convergência em vez de aumentar a divergência. Afirmar a importância politica desta dimensão social significa, também, olhar para a politica económica de outra maneira