Discutir o racismo n’Os Maias é ensino responsável ou ameaça à autonomia da literatura?

Uma doutoranda luso-cabo-verdiana gerou intensa polémica ao apontar passagens racistas na obra-prima de Eça e ao sugerir uma nota pedagógica nas edições escolares do romance. O PÚBLICO foi ouvir argumentos.

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NUNO SARAIVA

Quando Vanusa Vera-Cruz Lima, uma estudante de doutoramento da universidade americana de Massachussetts  Dartmouth, onde também ensina português, deu uma palestra por Zoom, no passado dia 18 de Fevereiro, que partia da pergunta “Serão Os Maias de Eça de Queirós um romance racista?” tinha decerto consciência  de que encontrara um título provocador, mas dificilmente adivinharia que, um mês e meio depois, e após dezenas de notícias e textos de opinião nos jornais e incontáveis publicações nas redes sociais, a polémica que gerou não teria ainda esmorecido, como a tardia publicação deste artigo de resto confirma.

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Quando Vanusa Vera-Cruz Lima, uma estudante de doutoramento da universidade americana de Massachussetts  Dartmouth, onde também ensina português, deu uma palestra por Zoom, no passado dia 18 de Fevereiro, que partia da pergunta “Serão Os Maias de Eça de Queirós um romance racista?” tinha decerto consciência  de que encontrara um título provocador, mas dificilmente adivinharia que, um mês e meio depois, e após dezenas de notícias e textos de opinião nos jornais e incontáveis publicações nas redes sociais, a polémica que gerou não teria ainda esmorecido, como a tardia publicação deste artigo de resto confirma.