Autarca de Setúbal Maria das Dores Meira confirma que será candidata pela CDU a Almada

Já não se pode recandidatar ao município sadino e pretende agora disputar com a socialista Inês de Medeiros um dos bastiões comunistas perdidos para o PS em 2017, onde mora há 52 anos.

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JOSE LUIS COSTA

A actual presidente da Câmara Municipal de Setúbal, que cumpre o terceiro mandato seguido e por isso não se pode recandidatar à autarquia, será a candidata da CDU a Almada, para enfrentar a socialista Inês de Medeiros. A confirmação foi dada por Maria das Dores Meira em entrevista ao Diário de Notícias neste domingo de uma forma indirecta: questionada sobre se o PCP já aprovara a sua candidatura depois de ter afirmado publicamente que gostava de se candidata a Almada, a autarca respondeu “o meu partido já disse que me apoia. Está tudo dito.”

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A actual presidente da Câmara Municipal de Setúbal, que cumpre o terceiro mandato seguido e por isso não se pode recandidatar à autarquia, será a candidata da CDU a Almada, para enfrentar a socialista Inês de Medeiros. A confirmação foi dada por Maria das Dores Meira em entrevista ao Diário de Notícias neste domingo de uma forma indirecta: questionada sobre se o PCP já aprovara a sua candidatura depois de ter afirmado publicamente que gostava de se candidata a Almada, a autarca respondeu “o meu partido já disse que me apoia. Está tudo dito.”

Maria das Dores Meira conta que mora em Almada desde os 12 anos, já lá vão 52, e que a candidatura a Setúbal aconteceu porque tinha ali dois escritórios e uma casa de fim-de-semana. “Gosto da causa pública, de estar com as pessoas, (...) de ajudar a resolver os problemas das pessoas. Houve uma série de personalidades de Almada que me desafiaram e eu no princípio disse ‘já chega’, mas as pessoas diziam ‘ainda está aí com muita pedalada, com muita vontade, com muita capacidade, vamos embora a isto’.”

Embora não aponte ainda prioridades para resolver em Almada - que os socialistas roubaram aos comunistas em 2017, numa vitória inesperada de Inês de Medeiros -, a autarca diz ver no centro da cidade “muita coisa a continuar a não ser resolvida”. “A CDU fez um trabalho fantástico para conheceu a cidade nos anos 70 e inícios dos anos 80, e o que é hoje Almada deve muito, sem sombra de dúvida, à CDU. Muito trabalho estrutural que está por baixo do chão e não se vê, foi uma grande revolução.”

Sobre o que pretende para o concelho diz apenas que vai “fazer muito e [a cidade] vai-se alterar muito, podem ter a certeza; é só virem visitar Setúbal”, numa referência ao que fez na cidade sadina nos últimos 14 anos. É que Maria das Dores Meira ganhou a câmara de Setúbal nas autárquicas de 2009, 2013 e 2017, mas assumiu a gestão da autarquia em 2006, quando o então presidente Carlos de Sousa se demitiu. A autarca é contra a regra do máximo de três mandatos seguidos para os autarcas de câmaras municipais e juntas de freguesia porque considera que estes são discriminados em relação a outros políticos eleitos que não têm quaisquer limitações, como é o caso dos deputados à Assembleia da República - os mesmos, aliás, que impuseram esse limite.

Em relação às autárquicas de 2017 e ao facto de os comunistas terem perdido Almada, diz que “houve ali um bocadinho de adormecimento, por isso foi a CDU que perdeu, não foi o PS que ganhou. As coisas pioraram muito, o PS pode dizer que não, mas eu moro lá e posso dizer que sim”.

Ao contrário do PCP, Maria das Dores Meira não rejeita a ideia de adiar as eleições autárquicas e diz mesmo que “a proposta do PSD não é descabida”, mas afirma que “ainda é prematuro” uma decisão dessas. “Quem está no poder não precisa de mais tempo. Quem não está precisa de mais tempo.”