Parabéns, PCP. São 100 anos de punho erguido

Quando perguntarem onde andavam os comunistas depois do 25 de Abril, apontem para os locais de trabalho. Não paramos, nunca parámos, e é esse património de luta que nos dá ânimo para os próximos 100 anos.

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Diogo Ventura

Neste dia, em 1921, nascia o Partido Comunista Português (PCP), o partido mais antigo de Portugal. O mérito do PCP não se prende apenas com este número redondo que hoje assinalamos, mas com tudo o que esta data encerra, ou seja, o património de luta e resistência, em particular ao regime fascista de Salazar, e o seu papel imprescindível na construção e defesa da democracia portuguesa são realidades que nem o mais afastado deste espectro ideológico pode negar.

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Neste dia, em 1921, nascia o Partido Comunista Português (PCP), o partido mais antigo de Portugal. O mérito do PCP não se prende apenas com este número redondo que hoje assinalamos, mas com tudo o que esta data encerra, ou seja, o património de luta e resistência, em particular ao regime fascista de Salazar, e o seu papel imprescindível na construção e defesa da democracia portuguesa são realidades que nem o mais afastado deste espectro ideológico pode negar.

Num tempo em que se põe tudo em causa existe um partido que nunca negou as suas raízes proletárias e que assenta numa coerência ideológica e de acção sem paralelo no sistema político português. Durante um século, o PCP resistiu às maiores atrocidades e perseguições, viu muitos militantes a perecerem diante do terror fascista, foram muitos os que caíram, os que foram torturados e desterrados, presos, isolados, despedidos e ostracizados, tudo para conquistar a liberdade para o povo português. É inegável o contributo decisivo dos comunistas para a revolução portuguesa e a construção de uma outra sociedade, uma sociedade nova onde não exista a exploração do ser humano pelo ser humano.

O PCP esteve sempre, como continua a estar, do lado do povo que trabalha, daqueles que tendo menos aspiram a mais e que vêem na acção do partido a consequência natural das suas aspirações e reivindicações. É um partido feito pelos trabalhadores para os trabalhadores, um partido marxista-leninista que se orgulha da sua história, mas que continua de olhos postos no futuro e nas muitas lutas que hoje se apresentam necessárias pelo desenvolvimento do país e pelo fim da exploração.

Como é referido pelo PCP, este é um partido com muito mais futuro do que história e o seu projecto comprova-o todos os dias, bem como torna evidente a necessidade do PCP nos dias de hoje. São muitos os que acusam o partido de ser anacrónico e desactualizado, tudo porque mantém a luta de classes como o motor da história e afirma, para mal de muitos, a necessidade do socialismo para colocar fim à exploração milenar que assume hoje diversas formas, não deixando, no entanto de o ser.

É incompreensível, para os outros partidos, existir um partido comunista com a implantação nacional do PCP, isto porque não entendem que é um partido forjado pelos ferros das fábricas, na militância com sentido e razão. Não se chega a um século de vida sendo eleitoral a única preocupação de um partido. Os comunistas são conhecidos de todos, nas fábricas os trabalhadores sabem que está lá, sempre, a lutar ombro a ombro com aqueles que exigem melhores salários, em todos os serviços e ruas do país o povo sabe que pode contar com os comunistas mesmo quando os tempos apelam ao retrocesso. Por mais difíceis que os tempos se possam afigurar, existe uma força que não se verga e que não sucumbe às circunstâncias porque é o povo que nos move, somos o povo que luta e trabalha por um Portugal mais justo e progressista.

Quando perguntarem onde andavam os comunistas depois do 25 de Abril, apontem para os locais de trabalho, porque é lá que estamos todos os dias para garantir que o povo não luta sozinho. Não lutou sozinho quando a troika vergava o país e não luta sozinho no tempo presente, quando a pandemia nos atirou para casa e com connosco muitos dos nossos direitos, contudo, houve uma força que não ficou parada e que, mesmo nestas circunstâncias particularmente difíceis, não se coibiu de lutar pela defesa dos direitos dos trabalhadores e do povo que se vê desamparado enquanto assiste à distribuição de dividendos pelas mesmas empresas que os despediram ou que os colocaram em layoff.

Não paramos, nunca parámos, nem quando o fascismo nos arrastou para a clandestinidade foram capazes de nos parar e é esse património de luta que nos dá ânimo para os próximos 100 anos. Parabéns, PCP, o meu partido, o nosso partido, o partido de milhares de comunistas e patriotas que assumem a sua natureza de classe e não desarmam da luta por melhores condições de vida para o povo português. São 100 anos de histórica que nos enchem o peito de orgulho mas com os olhos postos no futuro.