Covid-19: Portugal é o segundo país com mais novos casos de infecção por milhão de habitantes no mundo

Incidência a sete dias é a segunda maior a seguir a Israel, e já maior do que a Irlanda. Em taxa de mortos, Portugal está em quarto lugar, a seguir à República Checa, Reino Unido, e Eslováquia.

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Miguel Manso

Portugal tem vindo a subir, dia a dia, na tabela de países com maior taxa de incidência de infecções pelo coronavírus que provoca a covid-19. Segundo os dados do site Our World in Data, da Universidade de Oxford, na taxa de incidência (número de casos por milhão de habitantes), média móvel a sete dias, Portugal está apenas atrás de Israel, que é o primeiro da tabela, com 958 novos casos por milhão de habitantes, seguindo-se Portugal, com 885, e a Irlanda, com 840. 

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Portugal tem vindo a subir, dia a dia, na tabela de países com maior taxa de incidência de infecções pelo coronavírus que provoca a covid-19. Segundo os dados do site Our World in Data, da Universidade de Oxford, na taxa de incidência (número de casos por milhão de habitantes), média móvel a sete dias, Portugal está apenas atrás de Israel, que é o primeiro da tabela, com 958 novos casos por milhão de habitantes, seguindo-se Portugal, com 885, e a Irlanda, com 840. 

A Irlanda era, na semana passada, o país com a taxa mais alta do mundo: 1394, seguida do Reino Unido com 810, e Portugal com 735. O Governo do país estava a ser muito criticado por ter tentado “salvar o Natal” e permitir confraternizações, tal como Portugal.

Quando aos óbitos, Portugal surge em quarto lugar na taxa por milhão de habitantes (média a sete dias). O país que regista mais mortes por milhão de habitantes (média móvel a sete dias) é a República Checa, com 16,5, seguindo-se o Reino Unido, com 16,3, a Eslováquia, com 15,2, e Portugal com 14,12.

A taxa de incidência de novos casos faz com que seja possível fazer comparações entre países, analisando o número de casos em proporção à população, comparações que são impossíveis com números absolutos de infecções e mortes. A média móvel a sete dias permite ter dados menos sujeitos a variações diárias, como existem, por exemplo, ao fim-de-semana, com os dados do início da semana a reflectirem muitas vezes atrasos na testagem e na comunicação das autoridades de saúde (o que acontece em todo o mundo).

Os países com maior taxa de novas infecções diferem um pouco na taxa de testagem (testes diários por mil habitantes): Israel está claramente à frente com 13,51, seguindo-se a Irlanda com 5,71 e Portugal com 5,53.

No ranking dos que mais testam, Portugal está em 13.º (Irlanda em 12.º e Israel em 3.º). A Áustria lidera.

Aumentar

Tanto a Irlanda como Israel estão nos seus terceiros confinamentos. Israel tem sido um país em que a pandemia tem andado em montanha-russa: uma resposta inicial exemplar, um confinamento que terminou de modo demasiado abrupto e sem muitas precauções seguintes (as escolas foram um dos locais em que começou a segunda vaga), levando a um novo confinamento, uma nova subida de casos quando terminou. O país foi o primeiro a decretar um terceiro confinamento nacional, que entrou em vigor a 27 de Dezembro, deixando apenas algumas escolas básicas e do primeiro ciclo a funcionar. As autoridades de saúde querem estendê-lo, mas deverão encontrar resistência na comunidade ultra-ortodoxa. Ao mesmo tempo, Israel leva a cabo uma campanha acelerada de vacinação, uma das mais rápidas do mundo.

Já a Irlanda saiu do seu segundo confinamento antes do Natal, e está agora no terceiro confinamento. As autoridades pensam que a variante mais transmissível identificada no Reino Unido possa estar a contribuir para o aumento de casos e o país parece preparar-se para um confinamento alargado, prevendo-se, para já, que antes de Março reabram apenas escolas e a construção.

A República Checa, que encabeça a lista da taxa de mortes, foi um dos países europeus que se destacaram numa boa gestão inicial da pandemia, tendo até sido incluída numa lista de “países inteligentes” na gestão da pandemia (onde estava também Israel). Depois de medidas muito restritas no início da pandemia, começou a haver menos sensibilização no uso de máscara, por exemplo. O facto de ser o destino dos corredores turísticos “seguros” no Verão também é apontado por especialistas como tendo potencialmente contribuído para um aumento de casos no início do Outono. Foi um dos primeiros países europeus a decidirem um novo confinamento.

Este segundo confinamento terminou no final de Novembro com a reabertura de restaurantes, hotéis e locais desportivos indoor, que fecharam duas semanas depois, por causa de um aumento de casos. Desde 27 de Dezembro que a República Checa está com restrições apertadas (excepções apenas as escolas de primeiro e segundo ciclo), que espera levantar em breve.