Eurodeputado do Fidesz de Orbán escapa a expulsão do PPE

Tamás Deutsch, que comparou a defesa do Estado de Direito aos slogans da Gestapo, foi para já suspenso.

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Manfred Weber, líder da bancada do PPE LUSA/PATRICK SEEGER

Ao acto de contrição, segue-se a penitência. Os membros do grupo do Partido Popular Europeu (PPE) corresponderam ao pedido de desculpa avançado pelo eurodeputado húngaro, Tamás Deutsch, com uma suspensão: o chefe da delegação do Fidesz, deixará de poder intervir no plenário do Parlamento Europeu, de ser nomeado relator ou de assumir outras funções e posições formais em representação da sua bancada. 

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Ao acto de contrição, segue-se a penitência. Os membros do grupo do Partido Popular Europeu (PPE) corresponderam ao pedido de desculpa avançado pelo eurodeputado húngaro, Tamás Deutsch, com uma suspensão: o chefe da delegação do Fidesz, deixará de poder intervir no plenário do Parlamento Europeu, de ser nomeado relator ou de assumir outras funções e posições formais em representação da sua bancada. 

Mas Deutsch não terá de procurar, para já, um novo lugar no hemiciclo. Uma decisão definitiva sobre o destino político do eurodeputado húngaro será tomada quando o partido se pronunciar, definitivamente, sobre a permanência ou a expulsão do Fidesz da família da democracia-cristã europeia.

A medida mais drástica da expulsão foi exigida por alguns membros do grupo parlamentar, na sequência de entrevistas concedidas por Tamás Deutsch em que comparou os argumentos produzidos pelo líder da bancada, Manfred Weber, numa intervenção em defesa do novo mecanismo do Estado de direito, aos slogans que eram repetidos pela Gestapo e a polícia secreta do regime comunista húngaro, ÁVH.

Da reunião do grupo, para discutir e votar essa proposta, que não foi retirada de cima da mesa, saiu uma forte condenação das palavras de Deutsch, “em clara contradição com os valores defendidos pelo PPE”, e dos ataques frequentes dos representantes do Fidesz aos princípios fundadores da União Europeia e defendidos pelo grupo, nomeadamente da integração, protecção dos direitos humanos e das minorias, independência do sistema judicial, apoio à sociedade civil e à imprensa livre.

E ainda uma manifestação de solidariedade com Manfred Weber e outros líderes europeus do PPE, como Ursula von der Leyen, Donald Tusk e Jean-Claude Juncker, que receberam insultos de políticos do Fidesz pela sua defesa do Estado de direito.

“Apelamos que todos os parlamentares do Fidesz reflictam se as suas convicções políticas fundamentais ainda são compatíveis com estes valores, e que actuem de forma consistente com os princípios defendidos pelo PPE, ou tirem as necessárias consequências”, pediram os membros do grupo.