PS acusa PSD de “irresponsabilidade e cobardia” na proposta do Novo Banco

O vice-presidente da bancada do PS, João Paulo Correia, considera que a proposta “representa a quebra de um compromisso assumido pelo Estado português” e que “acaba por ser uma bomba atómica na confiança no sistema financeiro”.

Foto
Para João Paulo Correia, o PSD está “com uma sede desmesurada de poder" LUSA/ANTÓNIO COTRIM

O PS acusou o PSD de “irresponsabilidade e cobardia” ao viabilizar a proposta orçamental do BE que anula a transferência do Fundo da Resolução destinada ao Novo Banco, “uma bomba atómica na confiança do sistema financeiro”.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

O PS acusou o PSD de “irresponsabilidade e cobardia” ao viabilizar a proposta orçamental do BE que anula a transferência do Fundo da Resolução destinada ao Novo Banco, “uma bomba atómica na confiança do sistema financeiro”.

A surpresa do último dia das votações na especialidade do Orçamento do Estado para 2021 (OE2021) aconteceu já na recta final de quarta-feira, quando a proposta do BE - a única dos bloquistas que acabou por ser aprovada - que anula a transferência de 476 milhões de euros do Fundo da Resolução destinada ao Novo Banco teve luz verde, com votos favoráveis do PSD, BE, PCP e PAN.

Em declarações aos jornalistas, no Parlamento, já depois desta aprovação, o vice-presidente da bancada do PS, João Paulo Correia, não poupou nas críticas ao PSD. “Esta proposta do BE, que foi aprovada com os votos do PSD, representa a quebra de um compromisso assumido pelo Estado português, a quebra de um contrato e acaba por ser uma bomba atómica na confiança no sistema financeiro”, condenou.

João Paulo Correia considerou que “isto foi feito com total irresponsabilidade e cobardia por parte do PSD”, argumentando que no debate da manhã, em plenário, os sociais-democratas não vieram “a debate sobre o Novo Banco” e não quiseram “assumir a sua posição”.

“Consideramos isso uma cobardia, e agora, na calada da noite, juntou os seus votos aos votos do BE para aprovar uma proposta que é uma bomba atómica na confiança do sistema financeiro”, criticou.

Para o deputado do PS, o PSD está “com uma sede desmesurada de poder, quer chegar rapidamente ao poder” e, por isso, “quebra princípios que são essenciais para o funcionamento da nossa economia e naquilo que é a credibilidade do próprio Estado português”.

“Consideramos que esta posição do PSD, esta irresponsabilidade do PSD de juntar os seus votos aos votos do BE para impedir que o Estado português cumpra um contrato irá causar danos reputacionais à República, com repercussões naquilo que são os juros da dívida pública”, avisou.

Os socialistas esperam que “haja aqui alguma ponderação” e, nas avocações do plenário que ainda vão acontecer de manhã, “a última hipótese para que esta proposta seja novamente votada”, se “inverta aquilo que aconteceu agora de madrugada”.