Um requiem para dançar as noites que perdemos

Vias de Extinção é sobre o fim de um tempo, o tempo dele e das noites na vida dele. É também sobre algo mais lato e mais definitivo, a sensação de fim, sem mais, que paira sobre nós. Agora rodeado de sintetizadores e caixas de ritmos, ainda esse meticuloso criador pop chamado Benjamim.

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Vera Marmelo

Como toda a gente, Benjamim questionou-se quando a pandemia chegou a sério e o confinamento caseiro se tornou uma realidade. Em Março, estava a preparar-se para finalizar um disco, o terceiro desde que deixou para trás o nome de filósofo — Walter Benjamin, assim o conhecíamos no final da década passada. Um álbum moldado em sintetizador e caixa-de-ritmos, um disco de dança na noite, de exaltação da noite e culpa pela noite. Um disco da noite como cenário e metáfora de um tempo de dúvida e crescimento. A pandemia pôs dúvida sobre a dúvida, culpa sobre a culpa. “Para que é que isto serve?”, perguntava a si mesmo enquanto via as notícias das mortes que se acumulavam mundo fora, enquanto o vírus se instalava e ele se habituava aos cuidados daquela vida assustada.

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