Cruzeiro Seixas, “decano da arte portuguesa”, agraciado com medalha de Mérito Cultural

“Um contributo incontestável para a cultura portuguesa” refere o comunicado do Ministério da Cultura que esta quarta-feira, e em ano de celebração do centenário do nascimento do artista plástico, lhe entregou a Medalha de Mérito Cultural.

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nelson garrido

O artista plástico Cruzeiro Seixas foi distinguido esta quarta-feira com a Medalha de Mérito Cultural, anunciou o Ministério da Cultura, salientando que a vida e obra deste “decano da arte portuguesa” “representam um contributo incontestável para a cultura portuguesa”. Em comunicado, a tutela refere que “a ministra da Cultura, Graça Fonseca, entregou na manhã desta quarta-feira a Medalha de Mérito Cultural a Artur do Cruzeiro Seixas”, tendo a cerimónia decorrido na Biblioteca Nacional de Portugal, em Lisboa, "no âmbito das celebrações do centenário do nascimento do artista”.

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O artista plástico Cruzeiro Seixas foi distinguido esta quarta-feira com a Medalha de Mérito Cultural, anunciou o Ministério da Cultura, salientando que a vida e obra deste “decano da arte portuguesa” “representam um contributo incontestável para a cultura portuguesa”. Em comunicado, a tutela refere que “a ministra da Cultura, Graça Fonseca, entregou na manhã desta quarta-feira a Medalha de Mérito Cultural a Artur do Cruzeiro Seixas”, tendo a cerimónia decorrido na Biblioteca Nacional de Portugal, em Lisboa, "no âmbito das celebrações do centenário do nascimento do artista”.

Cruzeiro Seixas, “decano da arte portuguesa e um dos grandes nomes do surrealismo europeu”, completa 100 anos no dia 3 de Dezembro. Na cerimónia, Graça Fonseca afirmou, citada no comunicado, que “mais do que a devida homenagem pública que estes gestos representam, é a cultura portuguesa que se eleva ao reconhecer aqueles que nela deixaram o seu registo inapagável, como Cruzeiro Seixas”.

Na cerimónia, a ministra da Cultura disse ao artista plástico que “a Medalha de Mérito Cultural constitui um reconhecimento institucional, mas é também um reconhecimento pessoal de alguém que se junta aos muitos que o admiram e que em si reconhecem um olhar que sempre viu mais longe e mais profundo”.

“O que hoje entregamos há muito era sabido por quem o leu e por quem observou o universo interminável da sua obra: que o seu é um dos grandes nomes da cultura portuguesa”, afirmou.

A Biblioteca Nacional de Portugal, onde decorreu a cerimónia, tem patente, até 31 de Dezembro, a exposição O Tempo das Imagens III, realizada no âmbito do 35.º aniversário do Centro Português de Serigrafia (CPS), com 99 obras de 77 artistas e que inclui uma sala totalmente dedicada à obra de Cruzeiro Seixas.

Artur do Cruzeiro Seixas, nascido na Amadora em 3 de Dezembro de 1929, ombreia com Mário Cesariny, Carlos Calvet e António Maria Lisboa, entre outros nomes iniciais, no “precurssionismo” do surrealismo em Portugal, e é autor de um vasto trabalho no campo do desenho e pintura, mas também na poesia, escultura e objectos/escultura.

Está representado em colecções como as do Museu Nacional de Arte Contemporânea - Museu do Chiado, Fundação Calouste Gulbenkian, Biblioteca Nacional de Portugal, Biblioteca de Tomar, Fundação Cupertino de Miranda, Museu Nacional Machado de Castro, em Coimbra, Museu Tavares Proença Júnior, em Castelo Branco, entre outros.

Em Junho, foi editado o primeiro volume da Obra Poética, de Cruzeiro Seixas, em quatro volumes, publicada no âmbito da colecção “Elogio da Sombra”, coordenada por Valter Hugo Mãe, para a Porto Editora, numa recolha organizada pela poetisa e escultora Isabel Meyrelles, outro nome do surrealismo português. Os três primeiros volumes da obra poética de Cruzeiro Seixas reúnem poemas já publicados, nomeadamente pelas Edições Quási, mas que se encontravam esgotados no mercado, e o quarto, que encerrará o projecto, colige inéditos e dispersos, disse à agência Lusa fonte da editora. O segundo volume deve chegar às livrarias no final do ano e, o terceiro, “nos inícios de 2021”.

Até 19 de Dezembro, está patente na Perve Galeria, em Lisboa, uma exposição dedicada ao centenário do nascimento de Cruzeiro Seixas, que participou numa mostra naquele espaço em 2006, em conjunto com os artistas Fernando José Francisco (1922-2008) e Mário Cesariny (1923-2006), seus companheiros do Grupo Surrealista de Lisboa, resultante da cisão do Movimento Surrealista Português, e participantes na primeira exposição d’ Os Surrealistas, em 1949. Esta exposição de 2006, viria a ser a derradeira mostra organizada em vida do poeta e artista plástico Mário Cesariny.