Troço da linha Azul do Metro de Lisboa mantém-se cortado após desabamento

A causa foi um incidente na obra que está a decorrer na Praça de Espanha e já foi levantado um inquérito para apurar as causas do desabamento. Aguarda-se parecer do LNEC

Fotogaleria

O presidente do Metropolitano de Lisboa disse nesta quarta-feira aguardar a indicação do Laboratório de Engenharia Civil para prosseguir com os trabalhos de reparação após o desabamento na Praça de Espanha, referindo que o troço afectado na linha Azul permanece interrompido.

A verdade faz-nos mais fortes

Das guerras aos desastres ambientais, da economia às ameaças epidémicas, quando os dias são de incerteza, o jornalismo do Público torna-se o porto de abrigo para os portugueses que querem pensar melhor. Juntos vemos melhor. Dê força à informação responsável que o ajuda entender o mundo, a pensar e decidir.

O presidente do Metropolitano de Lisboa disse nesta quarta-feira aguardar a indicação do Laboratório de Engenharia Civil para prosseguir com os trabalhos de reparação após o desabamento na Praça de Espanha, referindo que o troço afectado na linha Azul permanece interrompido.

O desabamento de uma parte do tecto no Metro de Lisboa, na estação da Praça de Espanha, na terça-feira, provocou ferimentos ligeiros em quatro pessoas e a interrupção da circulação na linha Azul, que está agora a ser feita nos troços Reboleira-Laranjeiras e Marquês de Pombal-Santa Apolónia.

Em conferência de imprensa nesta quarta-feira de manhã na Praça de Espanha, Vítor Domingues dos Santos disse que está a aguardar aprovação do Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) para que os trabalhos de reparação prossigam. “Aguardamos a aprovação do LNEC. Os trabalhos já se iniciaram, toda a limpeza foi efectuada, o comboio retirado e o buraco que tínhamos ontem já está tapado por baixo com cofragem. Com um bocadinho de sorte esperamos reduzir os prazos de corte da Linha Azul entre as Laranjeiras e o Marquês de Pombal”, declarou.

O presidente do conselho de administração indicou que terá mais notícias a meio da tarde desta quarta-feira, após o desenvolvimento das operações do LNEC e a execução de trabalhos preliminares. “Não me quero comprometer com prazos [de reabertura da linha]. São situações específicas, muito em detalhe. Temos de olhar bem ao que se vai fazer. Estamos a trabalhar em pleno. Espero hoje à tarde definir um prazo com mais certeza do que agora”, referiu.

Vítor Domingues Santos agradeceu à CP - Comboios de Portugal, à rodoviária Carris e à Fertagus (transporte ferroviário na ponte 25 de Abril) pelo esforço de avisar os clientes e pela disponibilização de meios. “A Carris disponibilizou os meios possíveis para fazer transbordo. O comboio leva 600/800 pessoas, é normal que haja concentração de pessoas nas paragens. Está a correr dentro do possível em 12 horas montar uma operação deste tipo”, disse, acrescentando que as restantes linhas estão a funcionar quase dentro da normalidade.

A Carris tem-se desdobrado para conseguir reforçar os trajectos que passam na Praça de Espanha mas os autocarros passam lotados. Segundo uma transeunte, houve carreiras divididas em duas para lidar com o tráfego anormal. É o caso do autocarro 746, que vai até ao Marquês de Pombal. Os passageiros que chegam da Damaia, têm de sair na Praça de Espanha e esperar por outro que complete o trajecto. À chegada à Praça de Espanha, a motorista avisa-os que têm de sair porque a maioria dos passageiros não parece estar ao corrente do que se passa.

Tal como tinha sido já referido na terça-feira, o presidente do conselho de administração do Metro disse que se tratou de um incidente de obra e que já foi levantado um inquérito para apurar as causas do desabamento. “Acontece. A primeira coisa é tratar das pessoas — felizmente tivemos apenas quatro pessoas com ferimentos ligeiros — e depois é tratar da solução”, disse.

Na terça-feira, no local do desabamento, o vereador com o pelouro da Protecção Civil, Carlos Castro, indicou que se tratou de “um incidente decorrente da obra” de requalificação que está em curso na Praça de Espanha, adjudicada pelo município.

Na altura do acidente, cerca das 14h30, estavam cerca de 300 pessoas na composição que passava no local. Contudo, só há a registar quatro feridos ligeiros, “três por ansiedade e um, o segurança do metropolitano, que ao abrir o vidro rasgou um pouco do braço”, acrescentou.

Verificou-se, referiu Carlos Castro “a queda de parte da laje do túnel do metropolitano, o que decorre, provavelmente de um erro de obra”, tendo sido aberto um inquérito.

Também segundo o vereador, “não estão reunidas as condições para reabertura do túnel” do metro no local, prevendo-se que assim se mantenha por “um a dois dias de interrupção”.

Os passageiros estão a ser transportados numa articulação entre o Metro e a rodoviária Carris, através de um reforço das carreiras 746 e 726.

Também na terça-feira, Vítor Domingues dos Santos referiu que, no decorrer das obras da Praça de Espanha, “ao demolirem parte da estrutura de betão armado, furaram a galeria, que já é muito antiga, danificando o comboio que estava no momento a passar”. A “abóbada do metro terá de ser reforçada”, adiantou, explicando que a estrutura “é uma mistura de pedra e betão, uma mistura frágil, com cerca de 50 anos”.

A Carris anunciou, entretanto, que vai reforçar as carreiras que fazem os percursos Marquês do Pombal - Sete Rios e Arco do Cego - Sete Rios - Pontinha, devido à interrupção de um troço da Linha Azul do Metropolitano de Lisboa.

As obras do novo Parque Urbano da Praça de Espanha começaram em 13 de Janeiro e deverão estar concluídas este ano.